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Há um Reino muito pouco Unido na corda bamba. Rainha inicia semana decisiva para o Brexit

Depois do discurso real desta segunda-feira, as conversações entre Londres e Bruxelas deverão continuar e avançar pela cimeira da UE de quinta e sexta-feira. No sábado, o Parlamento britânico reúne-se excecionalmente para votar o que sair da cimeira.

Esta segunda-feira, a Câmara dos Comuns reabre para o discurso da rainha Isabel II e o Governo definirá a sua agenda legislativa. Faltam pouco mais de duas semanas para o prazo para a saída do Reino Unido da União Europeia, pelo que o Brexit constará das prioridades do Executivo.

Ao longo desta semana, os deputados irão debater as propostas enunciadas no discurso. Segundo o Expresso, na quinta-feira, começa uma cimeira europeia de dois dias em Bruxelas, o último encontro deste tipo agendado antes do prazo de saída.

A cimeira dos dias 17 e 18 é encarada como a última oportunidade que Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, tem para sair da capital belga com um acordo para o Brexit.

No dia 19, o Parlamento britânico irá reunir-se para votar um possível acordo que saia da cimeira europeia dos dois dias anteriores. No caso de o Parlamento não aprovar o acordo de saída e não concordar com um Brexit sem acordo, Johnson terá de pedir um novo adiamento da saída, à luz da Lei Benn, aprovada no mês passado.

Este domingo, o primeiro-ministro disse que consegue antever “um caminho” para um acordo com a UE “no interesse” do Reino Unido antes do prazo atual do Brexit. No entanto, Johnson avisou o Executivo que ainda há uma “quantidade significativa de trabalho” a fazer.

A Comissão Europeia também lançou o mesmo aviso, sublinhando que “ainda há muito trabalho a fazer”. Numa declaração aos embaixadores da UE, o principal negociador europeu para o Brexit, Michel Barnier, levantou a possibilidade de as negociações terem de continuar após a cimeira de quinta e sexta-feira.

À Sky News, Jacob Rees-Mogg, líder da Câmara dos Comuns, disse que um “compromisso” seria inevitável durante as negociações. “Acredito que Boris Johnson garantirá que a relação que o Reino Unido tem com a UE não seja uma em que nos tornamos um Estado vassalo.”

Além desta declaração, também reconheceu que Johnson poderia ter de “comer” as suas palavras e apoiar um acordo próximo daquele que foi apresentado pela anterior primeira-ministra, Theresa May, e que os deputados britânicos chumbaram três vezes.

As propostas revistas pelo primeiro-ministro britânico para encontrar uma alternativa ao backstop foram criticadas pelos líderes da UE. No entanto, na quinta-feira, após um encontro a dois, o primeiro-ministro britânico e o seu homólogo irlandês, Leo Varadkar, afirmaram conseguir vislumbrar “um caminho para um possível acordo”.

Ainda assim, para Barnier, as últimas propostas alfandegárias do Reino Unido para a fronteira irlandesa continuam a ser um risco “não testado” que o bloco não pode aceitar. Por isso, defende a necessidade um novo “impulso político” de Johnson para se chegar a um acordo esta semana.

Michel Barnier acrescentou que o Reino Unido teria “uma última oportunidade” para encontrar uma alternativa realista ao backstop irlandês, propondo negociações de última hora até à véspera da cimeira europeia.

ZAP //

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