Sara Danius, ex-líder da Academia Sueca, morre aos 57 anos

A sueca Sara Danius, a primeira mulher a ocupar o cargo de secretária permanente da Academia Sueca, morreu aos 57 anos, informou este sábado a família da escritora à agência TT. Segundo a imprensa sueca, Sara Danius morreu de cancro de mama.

A escritora, catedrática em Literatura e ainda crítica literária foi eleita membro da Academia Sueca em 2013. Sob a sua direção, a Academia Sueca realizou votações polémicas para o Nobel da Literatura, nomeadamente a bielorussa Svetlana Alexievich, o norte-americano Bob Dylan e o britânico Kazuo Ishiguro.

A instituição também viveu uma grave crise depois de várias acusações, inclusivamente de abusos sexuais, feitas em novembro de 2017 ao diário sueco Dagens Nyheter, contra uma pessoa ligada à Academia.

Esta pessoa é o francês Jean-Claude Arnault, marido da académica Katarina Frostenson, com quem dirigia um clube literário apoiado pela Academia Sueca e que era amigo de vários membros da instituição.

A Academia Sueca havia encomendado uma auditoria, a qual detetou irregularidades no financiamento do clube, alertou sobre o papel problemático de Katarina Frostenson e concluiu que Arnault tinha divulgado o nome do vencedor do Nobel em sete ocasiões.

Sara Danius deixou o cargo na Academia Sueca em 2018, ano em que o Nobel de Literatura não foi atribuído devido à crise na instituição. Interinamente, assumiu Anders Olsson, tendo Mats Malm ocupado o secretariado permanente em 2019. Katarina Frostenson acabou também por sair da instituição.

A morte de Sara Danius ocorre dois dias depois da Academia atribuir os prémios Nobel de Literatura para a polaca Olga Tokarczuk, referente a 2018, e para o austríaco Peter Handke (2019), que também está a ser alvo de polémica.

ZAP // Lusa

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