BE é feminista porque “isso é querer igualdade e segurança” (e não queima pontes)

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António Cotrim / Lusa

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda assumiu sexta-feira o partido como feminista, explicando que “isso é querer igualdade e segurança” para ambos os sexos, e que é preciso “mudar as regras do jogo em que as mulheres perdem sempre”.

Em Guimarães, esta sexta-feira à noite, num comício onde os direitos e as conquistas das mulheres dominaram o discurso, Catarina Martins afirmou que “não se pode aceitar que ser mulher é um risco” e “encolher os ombros” perante a violência doméstica ou as desigualdades sociais e salariais entre homens e mulheres.

Sim. Nós somos um partido feminista porque isso quer dizer, nem mais nem menos, que nós queremos igual dignidade e segurança para homens e mulheres neste país. Que ninguém fique para trás”, assumiu e explicou a líder bloquista. Para o BE, Portugal é ainda um país em que “ser mulher é um risco“.

“Não podemos aceitar um país em que ser mulher é um risco, não podemos aceitar, encolher os ombros quando os números avassaladores dizem-nos que ser mulher é não ter segurança garantida”, afirmou, lembrando uma frase “tão cruel como verdadeira” utilizada pela organização das Nações Unidas.

Diz a ONU que é nas suas casas, onde deviam estar em segurança, que as mulheres estão mais inseguras”, afirmou, depois de lembrar que na quarta-feira mais uma mulher, desta vez em Braga, foi a 21.ª mulher “assassinada este ano as mãos de um homem em que algum momento confiou”.

Por isso, apontou, é necessário que haja mudanças: “O que nós precisamos de fazer, o que nós queremos fazer, o que aprendemos com o exemplo de todas as mulheres que lutam, que aprendemos com todas as pessoas que não encolhem os ombros e dizem não à desigualdade e à violência, o caminho que nós queremos construir é um caminho para mudar as regras do jogo em que as mulheres perdem sempre”, salientou.

Esse caminho é “um caminho contra a precariedade, é um caminho pelo salário digno, que responda por todas as necessidades das mulheres, das famílias de todo este país e é um caminho que garanta que as mulheres têm segurança na rua e em casa, que são protegidas na esquadra e que são respeitadas na Justiça”, disse.

“Queremos um país feito de homens e de mulheres que se respeitam e que andam de cabeça erguida. Será isto querer ir longe demais? Não. É querer ter um país mais justo, mais certo, mais digno, agora”, completou.

Quem quer pontes, não as queima

A coordenadora do Bloco de Esquerda respondeu entretanto também às críticas do ministro das Finanças, com o aviso de que “quem quer pontes, não as queima“, salientando que o partido não está arrependido dos últimos quatro anos.

“Não sei se o Partido Socialista está arrependido destes quatro anos, nós no Bloco de Esquerda não estamos”, disse a líder bloquista. Catarina Martins reagia às declarações do ministro das Finanças, Mário Centeno, que esta sexta-feira tinha acusado o BE de ter um problema “endémico” com as contas.

A coordenadora do Bloco de Esquerda devolve as críticas ao PS, acusando-o de ter apresentado um “programa sem contas”, e garante que o seu partido tem um programa eleitoral “com contas certas”.

ZAP // Lusa

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