Rui Pinto terá conseguido entrar no sistema informático da Procuradoria Geral da República (PGR) fazer pesquisas e sair sem ser notado durante cerca de dois meses.
Durante esse período de tempo, segundo a acusação do Ministério Público (MP), citada pelo jornal Público, o hacker passeou-se pelo sistema informático da PGR e acedeu às caixas de Correio Electrónico dos magistrados do MP e até extraiu documentos.
No que diz respeito ao acesso às caixas de correio electrónico refere a acusação que, “em data não concretamente apurada, mas seguramente anterior a 20 de outubro de 2018, o arguido, com recurso a uma plataforma de Phishing, obteve conhecimento das credenciais de acesso à caixa de correio electrónico com o endereço de e-mail de Amadeu Guerra, na altura director do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), bem como das caixas de correio utilizadas na PGR”.
O alegado pirata informático fez um total de 307 acessos entre novembro de 2018 e janeiro de 2019. As autoridades não conseguiram explicar como é que Rui Pinto conseguiu as credenciais que lhe deram o acesso.
“Primeiramente, utilizou um procedimento capaz de obter credenciais de acesso ao sistema informático da PGR, sem provocar qualquer tipo de alerta para o utilizador”, lê-se na acusação, que revela ainda o facto de este acesso ter permitido a Rui Pinto “efectuar um reconhecimento com grau definido de profundidade da infra-estrutura de rede, bem como todos os equipamentos conectados e vulnerabilidades” do sistema.
“O arguido Rui Pinto não só visualizou, como exfiltrou parte da informação que ali encontrou, a qual veio a guardar no seu equipamento digital”, lê-se.
De acordo com a acusação, através deste acesso, o alegado pirata informática entrou também no SIMP, o sistema informático do Ministério Público. Acedeu a pastas do Conselho Superior do Ministério Público e a documentos vários em segredo de justiça e ainda a um ficheiro com o nome completo, número de telefone, correio electrónico e data de nascimento de todos os magistrados do MP. Nessa altura, Rui Pinto acedeu, ainda, sem ser notado aos servidores da Sociedade de Advogados PLMJ.
Na acusação, é relatado que “no dia 26 de outubro de 2018” o arguido enviou para uma das advogadas da PLMJ um email com vírus, cujo o remetente indicava ser da autoridade tributária. Nesse email, ia um ficheiro com a indicação que apenas estaria disponível até dia 1 de novembro de 2018 para descarregar. A advogada suspeitou que fosse um vírus e encaminhou a mensagem par os informáticos da PLMJ.
O informático que tinha acesso remoto ao sistema, “por razões que se desconhecem”, abriu o tal endereço e as suas credenciais de acesso foram capturadas por Rui Pinto, que depois acedeu a mensagens de correio electrónico dos advogados.
Quando foi detido a 16 de Janeiro de 2019, em Budapeste, na Hungria, o alegado pirada tinha na sua posse oito discos rígidos e três telemóveis.
“Com a acusação agora tornada pública e o pedido de manutenção da prisão preventiva, confirma-se a vontade do Ministério Público de silenciar e destruir Rui Pinto, evitando que prossiga a colaboração que vinha mantendo com as autoridades de investigação de outros países”, refere o advogado Francisco Teixeira da Mota em comunicado, acrescentando que “a equipa constituída pelo Ministério Púbico para investigar a criminalidade no mundo do futebol parece estar mais dedicada a perseguir aqueles que a denunciam do que a investigar aqueles que a praticam”.
“A defesa de Rui Pinto lamenta que o Ministério Público, ao mesmo tempo que consegue evitar que a SAD de um clube de futebol seja pronunciada, consegue ‘descobrir’ 147 crimes contra o seu constituinte e enquanto em Espanha a Doyen é objeto de processos fiscais e criminais, em Portugal goza do beneplácito das autoridades de investigação” lê-se no comunicado. “Por último, acrescenta-se que a acusação deduzida contra Rui Pinto contém numerosas falsidades, nulidades e ilegalidades a que a defesa irá reagir no processo no seu devido tempo.”
Rui Pinto foi detido por suspeitas de acessos ilegítimo, violação de segredo, ofensa à pessoa coletiva e extorsão na forma tentada.
Com o hacker, veio também para Portugal todo o material informático apreendido no âmbito do processo, na Hungria: computadores, discos externos e telemóveis. As autoridades francesas chegaram a fazer uma cópia destes discos rígidos por receio de que fossem destruídos, em Portugal.
Em julho passado, a ex-eurodeputada Ana Gomes, que tem sido uma das maiores apoiantes de Rui Pinto, insistiu que “por várias vezes, e até por escrito, Rui Pinto manifestou-se interessado em colaborar com a justiça portuguesa“, mas que “as autoridades apenas querem encarniçar-se contra ele ou querem a sua cooperação na medida em que Rui Pinto possa dar mais dados para se incriminar”.
Os defensores de Rui Pinto aplaudem o seu papel no caso da FootballLeaks e consideram-no, não um hacker, mas um “denunciante” (whistleblower), criticando a justiça portuguesa por o ter detido e manter preso.
A este ritmo este “Mestre” em informática, está a encostar o Sócrates e o Salgado a um canto, no que diz respeito a notoriedade promovida pela C.S !…… Estes “Pintos” são realmente uns ARTISTAS !
De nome Pinto nao reza a historia nada de bom