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Justiça europeia teme que Portugal destrua documentos do hacker Rui Pinto

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O hacker Rui Pinto, alegado autor do blogue Football Leaks e do roubo dos emails do Benfica

O “Futebol Leaks” foi o tema central da reunião do Eurojust, o organismo da União Europeia que promove a luta contra a criminalidade organizada, que decorreu em Haia, na Holanda, com a presença de 10 procuradores de vários países. E do encontro saiu a divergência entre Portugal e outros Estados quanto aos dados divulgados pelo hacker Rui Pinto.

A revista alemã Der Spiegel dá conta de detalhes sobre essa reunião, apontando que no encontro do Eurojust ficaram bem evidentes os “interesses antagónicos” entre Portugal e outros Estados europeus relativamente à forma como agir com os documentos do “Futebol Leaks”.

Rui Pinto, conhecido porhacker do Benfica” por ser suspeito de ter acedido a emails confidenciais do clube, foi o denunciante do caso que revela documentos que indiciam a prática de diversos crimes financeiros no mundo do futebol, incluindo lavagem de dinheiro e fraude fiscal.

O jovem português que vive na Hungria está já a colaborar com as autoridades francesas, tendo cedido “cerca de doze milhões de documentos“, como nota o Der Spiegel. Mas as autoridades deste país temem que a Justiça portuguesa possa complicar as investigações, no âmbito das acusações de que Rui Pinto é alvo no seu país natal.

A Justiça portuguesa quer extraditar Rui Pinto para o julgar por tentativa de extorsão e cibercrime e os franceses receiam que isso venha a resultar na destruição de documentos importantes que o hacker ainda tem na sua posse.

O mesmo receio se estende a outros países interessados em investigarem os crimes expostos pelo “Football Leaks”, nomeadamente a Bélgica que tem sido afectada por “casos de corrupção e casos de fraude em jogos de apostas”, como destaca a Der Spiegel.

Numa entrevista recente, Rui Pinto acusou Portugal de “sabotar” as investigações do “Football Leaks” por medo.

A Der Spiegel constata que a reunião do Eurojust deixou claro que apesar de vivermos “numa Europa unida”, é “difícil” proceder a um “trabalho de investigação internacional”.

ZAP //

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