Felipe VI vai receber 15 líderes partidários por ordem da sua representação parlamentar, terminando na terça-feira, ao fim da tarde, com o secretário-geral do PSOE e atual chefe do Governo de gestão.
Depois de ver os representantes de todos os partidos, Felipe VI terá um encontro com a presidente do Parlamento, Meritxell Batet, a quem irá comunicar se vai propor um candidato para tentar formar Governo, ou se, pelo contrário, considera que não há condições para que isso aconteça.
Segundo o Público, esta segunda-feira vão passar pelo palácio real os representantes do Compromís, PNV, PRC, Coligação Canária, Galicia en Común, Esquerda Unida, UPN e Equo. Na terça-feira será a vez de PSOE, PP, Ciudadanos, Podemos, Vox, En Comú e Junts (a Esquerda Republicana Catalã e o EH Bildu rejeitaram a chamada do Rei).
O secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, parece ser a única alternativa possível, depois de em junho e julho, o Parlamento já ter chumbado uma primeira tentativa dos socialistas.
Se até daqui a uma semana, 23 de setembro, não houver um novo Governo aprovado pelo Parlamento, Felipe VI será obrigado a dissolver a Assembleia e a marcar novas eleições para o próximo dia 10 de novembro.
Um mês e meio depois de ter sido rejeitado pelo Parlamento, Sánchez continua sem conseguir encontrar os apoios necessários à sua investidura, nomeadamente do partido do Unidas Podemos (extrema-esquerda).
O PSOE defende um compromisso “à portuguesa” — acordo parlamentar com Governo exclusivamente socialista —, enquanto o Unidas Podemos quer uma coligação governamental que tenha ministros da extrema-esquerda.
Face à recusa dos socialistas em aceitar um Executivo de coligação, o líder do Unidas Podemos, Pablo Iglesias, explicou na passada sexta-feira que tinha proposto um “Governo de coligação temporário” até à aprovação do Orçamento Geral do Estado.
A extrema-esquerda poderia em seguida sair da coligação, no caso de Sánchez considerar que a fórmula não resultava, ao mesmo tempo que continuaria a dar o seu apoio parlamentar. No mesmo dia, esta proposta foi qualificada de “absurda” pela porta-voz do Governo de Sánchez.
O PSOE foi o partido mais votado nas eleições de 28 de abril último, mas, com menos de 30% dos votos, precisa do apoio de outras formações políticas, sendo essencial o apoio do Unidas Podemos.
As sondagens indicam que, em caso de repetição de eleições, o PSOE iria aumentar a percentagem de apoio, mas continuaria a precisar do apoio de outras formações para formar Governo.
ZAP // Lusa