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No Quénia, há meninas a faltar às aulas por não terem acesso a tampões

No Quénia, há adolescentes que não têm dinheiro para comprar pensos higiénicos ou tampões. Por isso, faltam às aulas.

O Expresso conta a história de uma menina queniana, de 14 anos, que não aguentou ser humilhada na sala de aula por uma professora que lhe chamou “porca” por ela estar a ter o seu primeiro período e ter manchado o uniforme escolar.

A professora mandou a aluna sair da sala. A jovem foi para casa e contou o sucedido à mãe que, pouco depois, encontrou a filha já sem vida. A vergonha levou-a a cometer suicídio. Os pais da jovem apresentaram queixa às autoridades, mas, até agora, nenhuma ação foi tomada.

De acordo com a BBC, muitas adolescentes quenianas não têm dinheiro para comprar tampões, o que as leva a faltar às aulas. A percentagem poderá ser tão elevada como 10%, com algumas alunas a ficarem essencialmente privadas de educação.

O acesso a produtos menstruais na África subsariana é um problema ainda sem solução. Embora uma lei de 2017 determine que o Estado fornecerá gratuitamente os tampões, a sua implementação parece estar demorada.

Já o tema da vergonha por causa da menstruação é recorrente no país, e voltou agora a ser discutido. Várias deputadas reuniram-se em frente ao Ministério da Educação em protesto, e 200 pais também se juntaram em frente à escola em questão – em Kabiangek, a oeste de Nairobi – levando a polícia a usar gás lacrimogéneo e a efetuar detenções.

O programa de distribuição de tampões e pensos higiénicos não está a ser eficaz, por razões orçamentais e outras, adiantou um responsável governamental.

A deputada Esther Passaris concordou, dizendo que o orçamento do programa tem de ser dez vezes maior. “Temos de fazer com que as meninas não tenham vergonha dos seus períodos. Acho que ainda não vencemos essa batalha”, acrescentou.

ZAP //

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