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Morreu Robert Mugabe, o ditador que governou o Zimbabué durante 37 anos

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Robert Mugabe, o primeiro Presidente do Zimbabué depois da independência, morreu aos 95 anos. O ditador esteve quase quatro décadas no poder, tendo sido obrigado a abandonar o cargo em 2017.

Robert Mugabe, o antigo Presidente do Zimbabué, morreu aos 95 anos. Assumiu a chefia do país logo após a independência e esteve no poder, que exerceu com mão férrea, quase 40 anos. A notícia foi dada pelo novo presidente desta nação africana, Emmerson Mnangagwa. O ditador foi obrigado a resignar em 2017 na sequência de um golpe de estado militar.

Nos últimos meses Mugabe fez visitas frequentes a Singapura para receber cuidados médicos especializados, já que a sua saúde vinha a deteriorar-se bastante nos últimos tempos. O jornal britânico The Guardian explica mesmo que, em novembro de 2018, Mnangagwa tinha avisado os militantes do partido principal do país, o Zanu-PF, que Mugabe já não conseguia andar.

Mugabe começou por ser um herói da luta africana pela independência mas, à semelhança de outros governantes, acabou por resvalar pelo caminho da tirania, corrupção e violência. Os seus últimos anos no poder foram marcados por um complexo colapso financeiro, violenta repressão, intimidação e uma visceral luta interna pelo poder.

Mnangagwa tomou o poder com o apoio dos militares num momento em que Grace, a mulher de Mugabe, se ia consolidando como a sua provável sucessora. Contrariado, Robert Mugabe acabou por apresentar a sua demissão no seguimento das enormes manifestações populares que pediam o seu afastamento e das ameaças do exército. As notícias da sua deposição deram origem a uma onda de festejos e celebrações.

Através da sua conta oficial de Twitter, Emmerson Mnangagwa deixou uma mensagem de pesar pela morte do antigo governante onde afirma que Mugabe era “um ícone da libertação, um pan-africanista que dedicou a sua vida ao empoderamento do seu povo.” Acrescenta ainda que a sua contribuição para a história do Zimbabué e para o continente africano “nunca será esquecida”.

A ANC (African National Congress), o partido governante na África do Sul, emitiu um longo comunicado onde lamenta a morte do “amigo, estadista e camarada revolucionário” que muito fez pela criação daquilo a que chamam do “novo africano”.

O partido no poder, União Nacional Africana do Zimbabwe–Frente Patriótica (ZANU-PF, no acrónimo em inglês), cuja liderança já foi de Mugabe e passou para Mnangagwa após a ascensão deste à presidência do país, tem agora um problema em mãos. Mugabe ter-se-á oposto a ser enterrado no National Heroes Acre, um santuário reservado aos heróis de guerra do Zimbabwe e aos colaboradores do desenvolvimento da nação, de acordo com o iHarare.

ZAP //

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