A história de Ansu Fati é um verdadeiro conto de fadas do futebol. Com 16 anos e 300 dias de idade, o guineense é o mais novo a jogar pelo Barcelona em quase 80 anos.
Rápido, com bom toque de bola, tecnicamente evoluído e com apenas 16 anos. Ansu Fati tornou-se, este domingo, o jogador mais jovem de sempre a jogar pelo Barcelona desde 1940. Natural da Guiné-Bissau, passou do anonimato às luzes da ribalta ao estrear-se em Camp Nou frente ao Bétis de Sevilha.
Aos 78 minutos de jogo entrava em campo Ansu Fati, um nome desconhecido para grande parte das pessoas. Os 15 minutos em campo na vitória por 5-2 não lhe chegaram para deixar a sua marca, mas permitiram que metesse o pé na porta para futuras presenças no “onze” catalão.
“Este é o dia mais feliz da minha vida. Quando entrou em campo, eu e a minha mulher dissemos: ‘Não pode ser’. Estávamos nas nuvens”, disse o pai do jogador ao saber que Ansu Fati ia entrar em campo no domingo.
Para jogar no Barcelona, o jogador deu nega ao Real Madrid, que também estava interessado na sua contratação. “Estávamos em Sevilha e o Real Madrid oferecia melhores condições do que o Barça pelo meu filho. Mas escolhemos o Barcelona porque vieram a minha casa com o contrato e acabaram por me convencer”, contou o pai à rádio COPE.
Desde cedo disputado pelos “tubarões” do futebol europeu, Ansu Fati até esteve perto de tomar um rumo muito diferente na sua carreira. Isto porque antes de partir para Espanha, Ansu e a sua família estiveram em território luso, onde esteve temporariamente ao serviço do Louletano. De acordo com o Record, na altura com seis anos, o jogador acabou por nunca ser inscrito porque a família se mudou para o país vizinho.
Já em Barcelona, o jogador foi subindo (e brilhando) pelos escalões de formação. Com 14 anos de idade, Ansu já estava na equipa de sub-17 dos catalães, onde fez 25 jogos e apontou 21 golos.
Victor Valdés, antigo guarda-redes do Barcelona e atual treinador da equipa de juniores do Barcelona, recordou ao jornal espanhol Marca o seu primeiro contacto com o jovem guineense. Durante um torneio na Rússia, o jogador queixava-se de dores nos pés e, como tal, o técnico espanhol pediu que Ansu lhe trouxesse as suas chuteiras.
“Eu disse para ele me trazer as chuteiras. Elas estavam um desastre completo, estavam a causar-lhe dores”, recordou Valdés. “Fomos de imediato comprar umas novas”.
O tempo passou e uma época depois Ansu Fati fazia a sua estreia em Camp Nou. “No final do jogo fiquei um pouco no relvado. Olhei para os meus pais, para a minha família, que são aqueles que me acompanharam até chegar aqui. Fiquei ali porque não acreditava“, disse o jogador em declarações à Barça TV, citado pelo Observador.
No fim do jogo, mereceu um abraço apertado de Lionel Messi. O momento ficou registado numa foto icónica que, sem dúvida, ficará marcada na memória do jogador para sempre.