Câmaras de videovigilância com Inteligência Artificial podem ser a solução para pôr um fim aos tiroteios. Esta tecnologia é capaz de detetar armas de fogo e avisar logo de seguida as autoridades.
Com as dificuldades em encontrar um consenso político em relação ao controlo de armas de fogo nos Estados Unidos, uma nova solução é requerida. A Inteligência Artificial, entre as suas muitas utilidades, pode também desempenhar um papel crítico para travar os tiroteios em massa que têm assombrado, principalmente, os norte-americanos.
Empresas como a Athena Security e a Aegis AI são criadoras de tecnologias capazes de identificar armas de fogo e, imediatamente, alertar a polícia. Além disso, esta tecnologia de Inteligência Artificial não é somente aplicada para evitar tiroteios, mas também para ajudar a acabar com a violência com armas em geral.
A Athena Security usa um sistema de deteção de movimento de objetos para saber quando um criminoso puxa de uma arma de fogo. Em apenas uma questão de segundos, as autoridades ou a empresa de segurança privada é alertada. A tecnologia da Athena pode ser aplicada em qualquer CCTV, não sendo por isso necessário equipamento especializado.
“Enviamos um alerta eletrónico para o 112 e eles têm um link e veem exatamente o que está a acontecer durante o crime”, explica Lisa Falzone, co-fundadora da empresa. “Muitas forças policiais testaram a tecnologia. Criamos um algoritmo realmente preciso para alcançar mais de 99% de precisão“.
Entre as várias entidades que já usam esta tecnologia, está uma bem familiar: a mesquita de Al-Noor, em Christchurch, na Nova Zelândia. Em março, pelo menos 49 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após uma ataque a duas mesquitas na Nova Zelândia, sendo uma delas a de Christchurch. Algumas escolas também já adotaram o sistema.
Para Falzone, todos os segundos contam e a forma como a polícia recebe as informações, hoje em dia, é através de muito pânico. “As pessoas ligam para o 112, e ficam a pensar que são várias lojas e não têm ideia de onde está o atirador e demoram muito tempo a encontrá-lo”, explicou.
“Dar à polícia informações precisas é tão crítico para o tempo de resposta. Cada segundo conta. Se você conseguir que a polícia chegue 30 segundos mais rápido, vidas serão salvas”, disse, citada pelo Fast Company.
David Chipman, da Giffords Law Center to Prevent Gun Violence, uma firma de advocacia que apela ao controlo de armas de fogo, partilha a mesma opinião e visiona uma câmara de deteção de armas, a que chama de “detetor de metais 3.0”. Escolas, empresas, estádios, centros comerciais e muitos outros poderiam beneficiar desta tecnologia.
“Temos que ter tecnologias que ajudem a policia a prevenir crimes em vez de responder depois de acontecerem”. No entanto, reconhece que há problemas com esta tecnologia. Algumas pessoas de estados norte-americanos que permitem o porte oculto de armas de fogo poderiam alegar que estes sistemas de deteção são uma invasão à sua privacidade.
Outro dos problemas poderá ser a nível financeiro. Enquanto cidades como Nova Iorque têm um orçamento capaz de instalar esta tecnologia em vários espaços, outras cidades não conseguiriam cobrir esse investimento. “Alguém vai ter de passar este cheque”, atirou Chipman.
Por enquanto, apesar de algumas empresas e outros espaços já adotarem esta tecnologia, conseguir a sua implementação mais globalizada é ainda um desafio, até mesmo dentro dos Estados Unidos.