Bastam pequenas mudanças nos hábitos do dia-a-dia – como ar um passeio na rua, lavar a loiça ou fazer jardinagem – para aumentar a longevidade na população mais idosa, concluiu uma investigação de uma universidade norueguesa.
A conclusão não é nova, mas a investigação, que acompanhou 36 mil pessoas, reforça investigações anteriores: a atividade física, ainda que moderada, tem benefícios para a saúde, por contraste com uma vida sedentária. Ainda assim, de acordo com o jornal britânico The Guardian, o ideal são os exercícios mais intensos.
“Os idosos, que podem não ser capazes de fazer muita atividade de intensidade moderada, apenas por se movimentarem e fazerem atividades de intensidade leve” terão benefícios para a saúde, disse Ulf Ekelund, professor e autor do estudo publicado na Norwegian School of Sport Sciences.
Os investigadores concluem mesmo que um curto período de atividade intensa é tão benéfico quanto períodos mais longos de atividade de baixa intensidade.
A investigação foi realizada com base em oito estudos, num total de mais de 36 mil pessoas acompanhadas, com uma média de idades de 63 anos. Os intervenientes foram seguidos durante entre cinco e seis anos. Mais de 2.000 morreram durante esse período.
Os participantes, cuja atividade foi monitorizada com aparelhos eletrónicos, foram divididos em quatro grupos, consoante o tempo despendido em exercício físico, tendo sido aferido o risco de mortalidade com base em fatores como a idade, sexo, massa corporal e estatuto socioeconómico. O mesmo teste foi repetido quando estas pessoas se sujeitaram a diferentes níveis de intensidade de atividade física.
As conclusões foram claras para os investigadores: face aos que se ficaram pelos 200 minutos diários de atividade física de pouca intensidade, o grupo de pessoas que passou cerca de 258 minutos por dia a mexer-se apresentou um risco de morte inferior em 40%, valor que sobe para os 56% no caso dos que despenderam 308 minutos, e para 62% nos que fizeram exercícios durante 380 minutos diários.
No caso da atividade moderada a intensa, a tendência foi semelhante. Em comparação com os que conseguiram fazer exercício durante apenas 90 segundos por dia, os que chegaram aos 6 minutos apresentaram menos 36% de risco de morte, percentagem que aumenta para 48% naqueles que atingiram os 38 minutos diários.