A Ordem dos Nutricionistas tirou o chapéu à medida de restrição da publicidade em certos alimentos dirigida a crianças, dizendo que é um “passo importante”. Contudo, afirma que “o caminho a percorrer ainda é longo”.
A Ordem lamenta que esteja por cumprir a colocação de nutricionistas nas escolas, já que não há em todo o país nenhum estabelecimento público com estes profissionais. Em comunicado, revela que falta mais ação para melhorar a alimentação e a saúde das crianças e jovens portugueses.
“É incompreensível que, depois da publicação em 2012 da recomendação da presença de nutricionistas nas escolas, nada tenha sido feito”, contesta a Ordem. Acrescenta ainda que só existem dois nutricionistas no Ministério da Educação para todas as escolas públicas do país, que são lugares privilegiados para a promoção de literacia alimentar.
A bastonária Alexandra Bento, em declarações à Lusa, lembra que em fevereiro de 2018 foi apresentada à Secretaria de Estado da Educação uma proposta que alertava para a necessidade de integrar nutricionistas nas escolas.
“É precisamente nestas faixas etárias que devem ser direcionados os maiores esforços, sendo a escola o local privilegiado para adquirir conhecimentos e competências para a adoção de comportamentos alimentares mais saudáveis“, explica a bastonária.
A Ordem congratula a tabela publicada quarta-feira, que define o perfil dos alimentos e bebidas com publicidade dirigida a menores de 16 anos, mas entende que este não deve ser um “documento estático“.
Segundo a Ordem, em Portugal, 27% dos anúncios na televisão são sobre alimentos com excesso de açúcar, gorduras e sal; cerca de 50% destes anúncios são dirigidos a crianças, transmitidos principalmente em períodos de maior audiência infantil; e que, em média, as crianças estão expostas a cinco anúncios de alimentos por hora.
A Direção-Geral de Saúde publicou esta quarta-feira, em Diário da República, a tabela que define o perfil nutricional dos alimentos e bebidas cujo marketing será banido. O despacho entra em vigor dentro de 60 dias, em outubro.
O perfil nutricional surge no seguimento da aprovação da lei 30/19, destinada a restringir determinados tipos de publicidade dirigida a crianças.
Esta legislação tem como objetivo reduzir o consumo dos produtos listados e, assim, contribuir para a redução da taxa de crianças obesas ou com excesso de peso.
Uma das coisas que devia ser legislado também é nas caixas dos supermercados e grande superfícies comerciais não terem chocolates como alguns países na união europeia. Vê-se muitas crianças a chorarem para os pais comprarem chocolate enquanto se encontram nas filas.