Fraude permite tirar a carta de condução sem sair de casa

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O novo sistema de controlo das aulas práticas dadas pelas escolas de condução permite aos alunos tirar a carta sem alguma vez terem entrado num veículo do estabelecimento em que estão inscritos.

O sistema de monitorização desenhado para garantir que só vai a exame quem frequenta as 32 horas obrigatórias de aulas de condução pode ser facilmente manipulado pelas escolas.

Fontes do sector garantiram ao Jornal de Notícias que o uso deste estratagema já foi denunciado por um empresário do ramo, em finais do ano passado, ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes.

A funcionar desde 2017 nas 1300 escolas de condução existentes em todo o país, para automóveis ligeiros, pesados e motociclos, o sistema de monitorização assenta nos dados recolhidos por um aparelho, que pode ser um smartphone ou um tablet munido da aplicação adequada. A distância percorrida fica ali registada, bem como a velocidade, a duração da aula e os dados dos alunos e do instrutor.

Porém, há instrutores que levam três e quatro aparelhos no mesmo carro, registando assim aulas fictícias. É através de um cartão com código de barras que o aparelho identifica os dados da viatura e dos respetivos ocupantes. Porém, o cartão pode ser impresso de forma ilimitada, dizem as mesmas fontes.

Por estarem num carro em movimento, aqueles aparelhos registam, através do seu GPS, o percurso realizado — mas sem que o aluno tenha estado sequer dentro da viatura, muito menos ao volante.

Questionado pelo JN, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes respondeu que “os sistemas de monitorização foram certificados de acordo com o legalmente estabelecido, estando sujeitos a fiscalização”.