As gasolineiras de todo o país já arrecadaram, pelo menos, 38,7 milhões de euros a mais nos últimos cinco dias devido à corrida dos portugueses aos postos de combustível causada pela greve dos motoristas, que está agendada para a próxima segunda-feira, avança o Correio da Manhã este sábado.
O diário fez as contas partindo de dados da Direção-Geral de Energia. No ano passado, o consumo médio em Portugal era de 3,5 milhões de litros de gasolina e de 14 milhões de litros de gasóleo. Este ano, entre 5 a 9 de agosto, este valor foi multiplicado por cinco.
O jornal simulou depois qual seria o consumo com uma procura 30% superior – valor avançado pelo ministro do Ambiente, Matos Fernandes, nesta quarta-feira.
Contas feitas, e aplicando os atuais preços de mercado para os combustíveis, o CM concluiu que as gasolineiras encaixariam 129 milhões de euros num período de procura normal.Com a procura superior em 30%, o ganho é de 167,7 milhões.
Aplicando a diferença entre os dois cenários, as empresas terão conseguido um extra de 38,7 milhões de euros. Parte deste montante reverte para o Estado através de impostos.
Apesar da corrida às bombas que já se começa a sentir, Matos Fernandes garantiu ontem que, ente os três mil postos em todo o país, só 50 a 100 bombas de abastecimento só 50 a 100 bombas de gasolina tinham falhas em algum tipo de combustível. De acordo com o governante, só cinco estavam em situação de rutura total.
Números diferentes apresenta a plataforma #JáNãoDáParaAbastecer: na manhã deste sábado, o site indicava que existiam mais de 1000 bombas sem algum tipo de combustível – 388 bombas sem gasolina e 704 sem gasóleo Contudo, e ainda de acordo com o mesmo site, num total de 2928 postos, 85,3% ainda podiam prestar serviços aos portugueses.
Todo o país está a ser afetado, sendo as bombas localizadas mais perto da fronteira espanhola a que têm mais combustível. Em sentido oposto, o Algarve parece ser, de acordo com o mapa apresentado no site, uma das zonas do país mais afetada.
A plataforma, recorde-se, vai apresentando e atualizando os números de forma constante, pelo que os valores podem variar numa questão de minutos.
“Mão de ferro” do Governo
No mesmo dia em que os sindicatos dos motoristas – o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) – se reúnem em plenário para discutir se a greve agendada para a próxima segunda-feira realmente avança, também o Governo marcou para este sábado uma reunião de emergência.
“Esta reunião extraordinária, em São Bento, destina-se a coordenar os trabalhos do Governo para fazer face aos efeitos da greve dos motoristas que está prevista iniciar a partir das 00:00 de segunda-feira”, afirmou fonte do gabinete do primeiro-ministro à agência Lusa, dando conta que o Executivo falará à comunicação social no fim do encontro que não tem hora definida para terminar. A reunião está marcada para as 10:00.
O primeiro-ministro, António Costa, chamou os ministros do Trabalho, Vieira da Silva, do Ambiente, José Matos Fernandes, dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, Administração Interna, Eduardo Cabrita, mas também o da Defesa, João Gomes Cravinho. Também o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, interromperá as férias para estar presente na reunião, disse o próprio em declarações ao Diário de Notícias.
Segundo noticia a TSF, António Costa deste sábado chegou à reunião de carro elétrico.
À saída da reunião, por volta da 13h15 deste sábado, o primeiro-ministro avisou que não vai hesitar em agir, mas pediu que ainda se evite a greve. “Não daremos passos que agravem o conflito mas não deixaremos de dar os passos para que o conflito deixe de ter consequências indesejáveis para a vida dos portugueses”.
“Esperemos que os próximos dias possam devolver tranqulidade à vida dos portugueses”, frisando que o Governo não tirará férias enquanto o “interesse nacional” estiver em causa.
O jornal Público escreve também este sábado que o Executivo socialistas está a apostar numa postura dura, uma espécie de “mão de ferro” para travar os motoristas. De acordo com o diário, o Governo endureceu o discurso e acionou quase todas as medidas para esvaziar a greve que está a ameaçar o país – falta apenas acionar a requisição civil preventiva, que a Procuradoria-Geral da República já disse ser possível.
Esta sexta-feira, recorde-se, o Governo declarou estado de crise energética. Antes disso, decretou serviços mínimos, que os sindicatos se queixam de serem “máximos”.
Todas estas medidas podem travar a greve dos motoristas que está agendada para a semana em que arrancam as férias de muitos portugueses. Esta época é também marcada pela movimentação de muitos emigrantes. O Público observa ainda que a aplicação destas medidas pressiona os motoristas, preparando, em simultâneo, o país para o pior. Contudo, a decisão final só será tomada este sábado.
O matutino recorda ainda que é Vieira da Silva, ministro do Trabalho e Segurança Social, que está a dar a voz ao discurso mais duro do Governo. Foi o próprio, esta sexta-feira, a anunciar o estado de crise energética. Este governante é um ativo político que já se colocou de fora do próximo elenco governamental, nem sequer sendo candidato pelo PS.
Caso a greve realmente avança, escreve o jornal i, esta durará entre três a quatro dias, estendendo-se até ao feriado da próxima quarta-feira, 15 agosto.
Entretanto, o porta-voz do SIMM, Anacleto Rodrigues, garantiu no fim desta manhã, após plenário, que foi aprovada por unanimidade a “manutenção da greve”. Só uma “aproximação da ANTRAM” pode cancelar a paralisação. “Ainda há margem para a evitarem [a greve], se assim o desejarem”, apontou, citado pelo Sapo 24.
O Sindicato realizou um plenário apenas para os seus associados em Leiria. Seguem-se mais duas reuniões: uma pelas 16:00, em Aveiras de Cima, e outra às 17:00, em Olhão.
As gasolineiras ganham agora mas perdem depois, ou acham que os portugueses vão continuar a pôr gasolina ou gasóleo com os tanques cheios depois da greve dos motoristas? Não me parece.
Vindo do C.M não admira tal noticia inútil, não só não “arrecadaram” como venderam, (o que é mais correcto) mais combustível, o que é normal nesta situação. Talvez o C.M quisesse abastecer de borla !!!!!!