João Montenegro, ex-assessor de Passos Coelho e ex-diretor de campanha de Santana Lopes, fez um apelo à união do partido.
João Montenegro, ex-assessor de Pedro Passos Coelho, lançou um apelo à união da “família social-democrata”, uma vez que “está em causa a sobrevivência política” do partido.
O antigo diretor da campanha às eleições diretas de Santana Lopes autoexcluiu-se das listas depois de o segundo lugar que lhe seria atribuído na de Viseu ter sido contestado pelos dirigentes locais, entre os quais Fernando Ruas.
“Já levo mais de 22 anos de militância no PSD e ao longo de todos estes anos sempre estive no partido para unir e não para criar problemas, desuniões ou instabilidades. Esse sempre foi o meu lema e a minha conduta: unir e não dividir”, disse ao Diário de Notícias João Montenegro.
O ex-assessor de Passos garantiu ainda que, quando se apercebeu de que “estava a criar alguma confusão a inclusão do meu nome em Viseu e que estava a incomodar o statu quo de alguns dirigentes locais, rapidamente percebi que tinha de me afastar do processo. E assim o fiz. Solicitei à direção nacional do partido que ponderasse a minha não inclusão nas listas de deputados”.
Durante o processo de elaboração das listas, veio a público que Viseu viva um momento conturbado com a tentativa de a direção nacional dar a João Montenegro o segundo lugar na lista encabeçada por Fernando Ruas, antigo presidente da Câmara de Viseu e ex-eurodeputado.
Ruas terá ameaçado sair da lista caso a escolha de Rui Rio se mantivesse em vez de Pedro Alves, líder da distrital. Este dirigente tinha sido apoiante de Rio desde a primeira hora, mas assumiu-se contra as orientações do líder e foi um dos principais apoiantes de Luís Montenegro quando desafiou a presidência de Rio.
João Montenegro disse ao DN que pediu a exclusão da lista por não querer que “haja o mínimo de ruído, que sirva de pretexto para que o PSD não vença as eleições no distrito de Viseu”.
“Este será provavelmente o último combate político do Dr. Fernando Ruas, o nosso cabeça-de-lista por Viseu. Com os seus 70 anos não acredito que tenha vontade de continuar a fazer política de forma ativa. E gostava que o Dr. Fernando Ruas terminasse o seu percurso político com uma grande vitória no seu distrito. Tudo farei, aliás, para que isso aconteça”, afirmou.
Para Montenegro, o partido “vive um dos momentos mais delicados da sua história”. “O PSD já não vive um momento em que tenha de assumir a sua maturidade política. Já não é isso que está em causa. Em causa está já a sua sobrevivência política. Já tivemos exemplos na Europa de partidos, com uma dimensão semelhante à que o PSD já teve e que foram reduzidos a um espetro político de insignificância”, declarou o social-democrata.
“É pelo bom nome do partido que temos de lutar, é pela sobrevivência política do PSD que temos de nos mobilizar”, apelou o ex-assessor de Passos, num momento em que o descontentamento é geral em quase todas as distritais.
Mais um advogado que se serve do PSD…