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Ministra da Educação da Roménia demitida após comentários sobre jovem assassinada

Robert Ghement / EPA

A ministra da Educação da Roménia, Ecaterina Andronescu

A ministra da Educação da Roménia, Ecaterina Andronescu, foi demitida esta sexta-feira na sequência do polémico comentário que fez acerca de uma adolescente romena que foi violada e assassinada após ser sequestrada.

“Na minha casa aprendi a não entrar no carro de um estranho”, disse Andronescu na quinta-feira durante um programa de televisão dedicado a este caso.

O desaparecimento e homicídio da menor de 15 anos no dia 24 de julho está a suscitar no país uma vaga de indignação devido à lenta resposta da polícia aos telefonemas da adolescente em que pedia auxílio, antes de ser morta.

A primeira-ministra da Roménia, Viorica Dancila, explicou na sua conta do Facebook os motivos do afastamento da ministra. “É uma atitude que demonstra falta de responsabilidade, que não reflete a posição do Governo e que não pretendo que seja associada com o executivo que dirijo”, referiu Dancila, considerando “profundamente equivocadas” as palavras da ex-ministra.

“São afirmações que demonstram falta de entendimento do caso e a forma como devemos proteger as crianças dos sequestros, agressões, abusos e tráficos de pessoas”, acrescentou a primeira-ministra. O ministro da Cultura, Daniel Breaz, foi designado interinamente ministro da Educação.

A menor conseguiu contactar em várias ocasiões o número de emergências 112 enquanto estava retida na casa do homem que a violou e que confessou o assassínio.

As informações pouco precisas emitidas pela vítima e a falta de preparação técnica e de coordenação entre vários departamentos implicou que a polícia demorasse 19 horas a entrar na casa onde a vítima se encontrava, e após o seu primeiro pedido de socorro.

A vaga de indignação popular face à resposta tardia das autoridades motivou esta semana a demissão do ministro do Interior, Nicolae Moga, e do chefe do Serviço de Telecomunicações Especiais do qual depende o 112.

Na casa do suspeito pelo assassínio, situada na cidade de Caracal, os agentes prenderam um homem de 66 anos que confessou ter matado a menor e outra jovem de 18 anos desaparecida em abril da região, também quando pedia boleia.

No apartamento a polícia encontrou objetos com vestígios de ADN da menor e ossos calcinados cuja identidade ainda não foi confirmada.

// Lusa

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