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EUA impõem sanções ao ministro iraniano das Relações Exteriores

Michael Buholzer / swiss-image.ch / World Economic Forum

Mohammad Javad Zarif, Ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos (EUA) anunciou na quarta-feira sanções sobre o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, por este agir em nome do ayatollah Ali Khamenei.

“Javad Zarif implementa a agenda imprudente do líder supremo do Irão e é o principal porta-voz do regime em todo o mundo”, disse o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, em comunicado, segundo revelou o Expresso.

O chefe da diplomacia iraniana reagiu no Twitter, defendendo que a medida revela que Washington o vê como uma “ameaça”.

“A razão dos Estados Unidos para me designar é que sou o ‘principal porta-voz [do Irão] em todo o mundo’. A verdade é assim tão dolorosa? Não tem qualquer efeito sobre mim ou a minha família, uma vez que não tenho propriedades ou interesses fora do Irão. Obrigado por me considerarem uma enorme ameaça à vossa agenda”, escreveu.

O porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Abbas Mousavi, foi mais longe na reação. “O pico de estupidez e inconsistência dos líderes americanos está num ponto em que não reconhecem o doutor Zarif como influente na política do Irão mas, com definitiva ignorância, sancionam-no! Os americanos têm um enorme medo da lógica do doutor Zarif e das suas capacidades negociais”, disse.

A Administração Trump esclareceu que decidirá caso a caso se concede ao ministro iraniano um visto de viagem para os EUA, designadamente para deslocações à sede das Nações Unidas, em Nova Iorque. Um alto funcionário norte-americano sublinhou que Donald Trump está aberto a conversações com o Irão mas não considera Javad Zarif um decisor importante.

A medida altamente invulgar de penalizar o chefe da diplomacia de outro país acontece depois de, em junho, o Presidente norte-americano ter assinado uma ordem executiva a impor sanções ao líder supremo do Irão.

O “terrorismo económico” e as violações do acordo

As tensões entre Washington e Teerão aumentaram desde que, no ano passado, o Presidente dos EUA retirou unilateralmente o país do acordo histórico de 2015, assinado com potências mundiais, que se destinava a reduzir as ambições nucleares de Teerão em troca da suspensão das sanções económicas.

Depois de Washington voltar a impor sanções, no que o regime iraniano apelida de “terrorismo económico”, Teerão recomeçou nas últimas semanas a enriquecer urânio além do limite de 3,67% estabelecido no acordo e ultrapassou igualmente o limite de 300 quilogramas das reservas de urânio enriquecido.

Em junho, Donald Trump cancelou, em cima da hora, ataques aéreos de retaliação depois de o Irão ter abatido um drone não tripulado dos EUA. Washington também acusa Teerão de uma série de ataques a petroleiros no Golfo Pérsico.

TP, ZAP //

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