Os sindicatos representativos dos camionistas não chegaram a acordo com a ANTRAM e entregaram um pré-aviso de greve, com início em 12 de agosto, após uma reunião de quase cinco horas, sob a mediação do Ministério do Trabalho.
Os sindicatos Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Independente dos Motoristas de Mercadorias anunciaram no dia 6, após o seu 1.º Congresso Nacional, uma paralisação, como início em 12 de agosto.
Estes dois sindicatos independentes, juntamente com a federação sindical filiada na CGTP, têm vindo a negociar com a associação empresarial do setor, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), a revisão do contrato coletivo, sob a mediação da Direção Geral do Emprego e Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho.
A Federação Sindical dos Transportes (FECTRANS), filiada na CGTP, apresentou informalmente à ANTRAM no dia 4 de julho uma proposta para que, em janeiro de 2021, o salário base dos motoristas de pesados de mercadorias passe para os 850 euros, a que serão acrescidos os diversos subsídios de função.
Esta federação e o Sindicato Independente dos Motoristas e o dos Motoristas de Matérias Perigosas têm vindo a negociar a revisão do Contrato Coletivo do sector com a ANTRAM, desde Maio, tendo acordado um protocolo com a vista à implementação de um salário base de 700 euros para os camionistas, em janeiro de 2020. A este salário base, acresce vários subsídios inerentes ao desempenho da atividade e as diuturnidades.
O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas foi criado no final de 2018 e tornou-se conhecido com a greve iniciada no dia 15 de abril, que levou o Governo a decretar uma requisição civil e, posteriormente, a convidar as partes a sentarem-se à mesa de negociações.
A elevada adesão à greve de três dias surpreendeu todos, incluindo o próprio sindicato, e deixou sem combustível grande parte dos postos de abastecimento do país. O SNMMP reivindicava salários de 1.200 euros para os profissionais do sector, um subsídio específico de 240 euros e a redução da idade de reforma.
Segundo fonte sindical, existem em Portugal cerca de 50 mil motoristas de veículos pesados de mercadorias, 900 dos quais a transportar mercadorias perigosas. O sindicato presidido por Francisco São Bento tem cerca de 700 sócios.
ZAP // Lusa