O relatório de 2019 do PNPAS, a que a agência Lusa teve acesso e que será apresentado esta segunda-feira no Porto, lembra que o guia alimentar para a população portuguesa já foi desenvolvido em 2003 e precisa de ser revisto, tendo os técnicos assumido tal tarefa no plano de ação para 2019/2020.
Os responsáveis pelo relatório recordam que a utilização de rotulagem nutricional simples e clara na parte da frente das embalagens dos produtos alimentares “deve ser considerada como uma importante medida a implementar no âmbito das estratégias para promover uma alimentação saudável”, recordando que Portugal “não apresenta ainda um modelo harmonizado de rotulagem nutricional de caráter interpretativo”.
A Organização Mundial da Saúde tem realçado – nos seus planos de ação na área da nutrição e na área da prevenção das doenças crónicas – a importância de melhorar os modelos de rotulagem nutricional, refere o documento, que sublinha o trabalho que tem sido desenvolvido no âmbito do PNPAS, com a realização de alguns estudos que ajudem os técnicos na elaboração de um modelo uniforme para a rotulagem dos alimentos fácil de interpretar.
“Atualmente, sabe-se que 40% da população portuguesa não consegue compreender a informação nutricional presente nos rótulos dos alimentos”, indicam os responsáveis, que reconhecem haver ainda “pouca evidência” sobre o modelo de rotulagem nutricional mais ajustado às características da população portuguesa.
O relatório de 2019 do PNPAS lembra as medidas tomadas no âmbito da alimentação saudável, designadamente a revisão do imposto sobre as bebidas açucaradas, o acordo com a indústria para reduzir o sal, açúcar e ácidos gordos trans em cereais, leites achocolatados, iogurtes, refrigerantes, pão, batatas fritas e refeições prontas a consumir, entre outros, a legislação sobre a publicidade alimentar dirigida às crianças e a revisão do cabaz de alimentos do programa de ajuda a populações mais carenciadas.
O documento faz ainda um diagnóstico da situação atual, recordando que os hábitos alimentares inadequados são um dos principais determinantes da perda de anos de vida saudável pelos portugueses e que o baixo consumo de cereais integrais, fruta e frutos oleaginosos são os principais fatores que contribuem para a perda de anos de vida saudável.
Os autores do relatório frisam que a obesidade é um dos mais sérios problemas de saúde pública, mas chamam a atenção para os dados mais recentes relativos ao excesso de peso e obesidade infantil, que sugerem uma tendência decrescente (de 37,9% em 2008 para 29,6% em 2019).
Segundo um estudo conduzido com o apoio da OMS, a reformulação do nível de sal, açúcar e ácidos gordos pode salvar a vida de 798 pessoas num ano.
Vinho pode sair da Roda dos Alimentos
Desde 2016 que a Roda dos Alimentos mediterrânica inclui uma referência ao consumo moderado de vinho. No entanto, um trabalho de revisão que será levado a cabo até final de 2020, segundo o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), vai discutir a retirada do vinho da nossa Roda, de acordo com o Diário de Notícias.
A garantia da discussão sobre a retirada do vinho da roda alimentar foi dada pela diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável ao jornal. “A evidência mais recente diz-nos hoje que não há qualquer nível de ingestão de álcool que possa ser considerado seguro e sem riscos para a saúde. A Organização Mundial da Saúde atualmente recomenda consumo zero”, confirma Maria João Gregório.
No folheto explicativo da roda dos alimentos portuguesa de 2003 ainda se lê que os adultos podem consumir bebidas alcoólicas sem risco, acompanhando essa informação com as quantidades admissíveis para homens (dois copos pequenos de vinho por dia) e mulheres (um copo de vinho).
ZAP // Lusa
Comer peixe e carne não processada é o mais saudavel. Isso e azeite
Sim, deve ser isso. O peixe está todo carregado de mercúrio. E quanto à carne, se soubesse o que os animaizinhos comem… Enfim. Procure falar do que sabe.
O que é que as plantas “comem”? Adubo artificial e pesticidas à força toda
Claro que a rotulagem deve ser simples e objectiva, mas isso não chega. É preciso interpretá-la, o que nem sempre é fácil. E se 40% da população não é capaz disso, é caso para se perguntar: que andou a fazer na escola? A não ser que essa percentagem corresponda à população mais idosa ou sem escolaridade.
Mas mais importante do que os rótulos é, a meu ver a qualidade dos alimentos, LIVRE DE TODA A QUÍMICA que lhes adicionam. E nesse sentido muito pouco se vê fazer.
Considerando a evolução da indústria alimentar, que visa sobretudo o lucro, não me parece descabido pensar que dantes, apesar das dificuldades económicas da generalidade das famílias, comia-se bem melhor. A comida era mais saudável e comia-se menos.
… baixo consumo de cereais integrais, fruta e frutos oleaginosos…
Sim, porque a maioria da população, com o que aufere mensalmente, consegue facilmente comprar fruta com regularidade e, especialmente, frutos oleaginosos, como nozes, amêndoas, pinhões, etc.. Aliás, basta, por exemplo, ir ao supermercado e ver o preço do pinhão, da noz, da amêndoa, da maçã, etc.., já para não falar da cereja, da papaia, e assim por diante. Tudo preços convidativos e acessíveis a quem quer fazer uma dieta saudável!