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Incêndios 2017. União Europeia admite ter falhado na ajuda a Portugal

epp_group_official / Flickr

Christos Stylianides, comissário Europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises

“Foi doloroso não ter resposta para Portugal.” A União Europeia lamenta não ter estado à altura do apelo lançado pelo país aquando da tragédia dos fogos de outubro de 2017.

Esta segunda-feira, o comissário Europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, admitiu, em Madrid, a “angústia” que sentiu quando, na altura dos incêndios em outubro de 2017, telefonou a cada um dos governantes dos vários países da União Europeia com a tutela da Proteção Civil com o intuito de trazer ajuda para Portugal na segunda vaga de incêndios desse ano e não teve sucesso.

Perante o pedido de ajuda de Portugal, houve países que responderam que necessitavam dos seus próprios meios de combate a incêndios naquelas datas. Outros admitiram já não dispor desses mesmos meios à data dos acontecimentos.

Com esta dificuldade e a falta de cooperação dos Estados-membros da União Europeia, o comissário lamentou a situação: “A minha angústia perante as respostas dos outros ministros, dizendo que não tinham meios…”, disse, citado pelo Observador.

Dois anos volvidos, Stylianides descreve mesmo esses “momentos difíceis” como “uma das situações mais dolorosas da minha vida”, precisamente por “não ter resposta para Portugal”.

Nessa altura, o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia (MPCU) desencadeou a estratégia “rescUE”, que conta para os anos 2019/2020 com um orçamento de cerca de 200 milhões de euros, e que pretende servir como um “rede de segurança adicional”, embora nas palavras do Comissário Europeu, precise de mais dinheiro para funcionar como é suposto.

O “rescEU” prevê a criação de uma reserva de ativos a nível europeu para responder a catástrofes, incluindo aviões de combate aos incêndios florestais, bombas de água especiais, equipas de busca e salvamento em meio urbano, hospitais de campanha e equipas médicas de emergência.

De acordo com o responsável, o plano foi acelerado precisamente depois dos problemas de falta de solidariedade e mobilização de meios de combate a fogos entre países da União Europeia.

Estas informações foram avançadas aos jornalistas no âmbito de uma visita organizada pela Comissão Europeia a Madrid, ao centro onde está estacionada a frota inicial de meios aéreos de combate a incêndios do “rescEU”, composta por sete aviões e seis helicópteros. Este contributo chega por parte de países como a Croácia, França, Itália, Espanha e Suécia.

No entanto, a Comissão Europeia assume que é ainda insuficiente. A longo prazo, espera conseguir aumentar as capacidades e os meios, com 75% dos custos operacionais a serem suportados pela União Europeia.

Além disso, adianta o diário, será utilizado o sistema de satélites Copernicus para cartografar as emergências resultantes dos incêndios e o Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da União Europeia foi reforçado com uma equipa de apoio aos incêndios florestais, com a participação de peritos.

Os incêndios florestais que deflagraram em Portugal em 2017 mataram mais de 100 pessoas e destruíram 442 milhares de hectares de floresta e povoamentos.

ZAP //

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