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Luzes sobre o judaísmo antigo. Mosaicos bíblicos com 1.600 anos encontrados numa sinagoga em Israel

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Jim Haberman / UNC-Chapel Hill

Mosaico bíblico retrata história de Elim

Nos últimos nove anos, o Huqoq Excavation Project encontrou mosaicos numa sinagoga do século V. Um deles representa Elim, um oásis que conta a história da fuga dos judeus do Egito.

Uma escavação, conduzida pela professora Jodi Magness, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, descobriu um mosaico tríptico bíblico de 1.600 anos feito de minúsculos cubos de pedra numa sinagoga do século V, localizada na antiga aldeia de Huqoq, em Israel.

“Descobrimos a primeira representação do episódio de Elim“, disse Magness, citada pelo All That’s Interesting. Numa entrevista, publicada pela própria universidade, Jodi Magness explicou que as escavações sazonais duram já há nove anos.

A cada verão, Magness orienta os seus alunos a encontrar e analisar os restos da sinagoga romana de modo a obter uma imagem mais clara da época e dos habitantes da região.

O mosaico descoberto na sinagoga descreve uma cena do livro do Êxodo. O capítulo 15 e o versículo 27 descrevem Elim, o refúgio no qual os egípcios exilados descansavam após longas viagens exaustivas. “Elim é um oásis onde os israelitas acamparam depois de deixarem o Egito e vaguearem pelo deserto sem água”, explicou Magness.

Este não é o primeiro artefacto descoberto pela equipa. Entre 2012 e 2017, descobriram mosaicos na mesma sinagoga que representavam a Arca de Noé, a divisão do Mar Vermelho e a Torre de Babel.

No ano passado, por exemplo, os investigadores encontraram um mosaico que mostrava dois dos 12 “espiões” enviados por Moisés a Canã, para investigarem as abundâncias que haveria na Terra Prometida. No entanto, os últimos achados giram em torno da história de Elim.

Um dos três painéis mostra trabalhadores agrícolas em tempo de colheitas, enquanto outro representa vários poços e tamareiras. “No lado esquerdo do painel, um homem de túnica curta carrega um pote de água e entra no portão de uma cidade ladeada por torres”, explicou a professora.

O mosaico de Elim contém também inscrições, o que permitiu confirmar que este, em particular, retratava desta história particular. “E chegaram a Elim”, lê-se numa delas.

Outro desenho foi descoberto no corredor da sinagoga. Neste segundo mosaico, há painéis que mostram animais descritos no capítulo 7 do livro de Daniel, onde o profeta representa os quatro reinos que antecederam o fim dos dias, por meio de quatro criaturas.

“O painel de Daniel é interessante porque é, normalmente, considerado um episódio relativamente pequeno e de pouca importância, o que levanta a questão: por que motivo foi significativo para esta congregação judaica da Baixa Galileia?”, questionou Magness.

Um terceiro mosaico, que representa o guerreiro israelita Sansão do Livro dos Juízes, foi também recentemente recuperado neste lugar.

Huqoq é um verdadeiro tesouro de arte antiga. Especialistas acreditam que o conteúdo dos mosaicos encontrados em Huqoq indicam que a vida judaica na área floresceu sob o domínio cristão.

ZAP //

1 Comment

  1. Judeus sempre fugiram dos sítios onde moravam, como é que alguém pode reclamar símbolos templos terras entre outras se: se, será que teve tempo de fazer algo de bom?
    Eu posso reclamar o mundo, será ele meu? Na filosofia Judaica há algo que eles mesmos não conseguiram decifrar nas leituras herdadas, não seria mais virtuoso trabalhar a paz com os vizinhos, respeitando os e amando os como humanos semelhantes.

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