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Maternidade de Portimão “sem mínimos obrigatórios” durante 30 dias. 50 euros por hora não convencem médicos

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Se não conseguir colmatar a atual falta de pediatras, a maternidade de Portimão, no Algarve, estará durante mais de 30 dias nos meses de verão sem os “mínimos obrigatórios” para realizar partos, escreve esta segunda-feira o jornal Público.

Em declarações ao diário, a presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), do qual faz parte o Hospital de Portimão, Ana Paula Gonçalves, admitiu que há “dias” em que não há pediatras na escala de serviço de Portimão, não adiantando, porém, quantos dias serão.

Ao todo, serão cerca de 33 dias, segundo apontou ao Público o secretário regional do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), João Dias: 11 dias em julho, 10 dias em agosto e 12 em setembro. Durante estes dias, precisou, não será possível realizar partos na maternidade: “Os bombeiros e o INEM são, ou devem ser, informados que devem ir diretamente para Faro”, explicou o responsável.

“Estamos a trabalhar para reduzir esses dias [sem pediatras na maternidade de Portimão]”, garantiu ao diário Ana Paula Gonçalves. A administração do CHUA está a tentar “encontrar pessoas que ajudem a colmatar estas lacunas”, acrescentou a responsável.

Apesar da falta de profissionais, Portimão continuará a contar com uma escala de obstetras de serviço, e um pediatra de prevenção, para os casos em que as grávidas não possam ser transferidas, explicou ainda João Dias. Nestas unidades, “quando há emergências, são emergências que têm de ser resolvidas de imediato, em relação [por exemplo] à reanimação dos bebés”, descreve.

“Não se pretende criar alarmismos”, mas antes alertar a tutela de que estas são situações de “alto risco”. “São necessários dois pediatras por cada turno para a maternidade para se conseguir formar a escala. São os mínimos obrigatórios. De outra forma, os partos não podem ocorrer”, apontou ainda.

Tal como explica o Público, a falta de pediatras na maternidade de Portimão faz com que decorram turnos de 24 horas sem a presença de um médico dessa especialidade na escala de serviço, fazendo com que as grávidas que se dirijam para esta unidade hospitalar tenham de ser encaminhadas para outros hospitais.

Foi esta mesma situação que aconteceu na noite de sábado para domingo, quando uma grávida já em trabalho de parto foi transportada de Portimão para Faro.

No dia anterior, também à noite, na unidade de Faro, a unidade que prestas cuidados neonatais diferenciados no CHUA, uma grávida de 28 semanas que entrara em trabalho de parto não foi admitida, porque todas as incubadoras estavam ocupadas. A mulher foi levada para o Hospital de Évora, a mais de 200 quilómetros, onde acabou por dar à luz.

Ana Paula Gonçalves disse ainda ao matutino que assim que a situação da mãe e da criança estiver estabilizada, ambos serão admitidos na maternidade de Faro, localizada na sua sua área de residência.

Tal como avançou o Jornal de Notícias este domingo, a maternidade de Portimão oferece e 50 euros por hora a obstetras e pediatras, mas nem assim consegue assegurar os serviços. A Administração Regional de Saúde do Algarve, segundo escreve o matutino, responsabiliza o Ministério da Saúde por este cenário.

O Centro Hospitalar Universitário do Algarve é composto pelo Hospital de Faro, o Hospital de Portimão, o Hospital de Lagos e os Serviços de Urgência Básica (SUB’s), em Albufeira.

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5 Comments

  1. 50 euros à hora x 8 h x 22 dias dá 8800 euros mês.
    Parece que é pouco …

    que vergonha de corporações que não deixam o país avançar.

  2. Centeno proclama vitorias económicas mas á conta do que está a roubar aos Portugueses, direitos na SAUDE, TRANSPORTES e EDUCÃO, é VERGUNHOSO.
    Não votem para estas politicas económicas.

  3. Esta classe profissional tem de ser posta na ordem de uma vez por todas. São uns autênticos mercenários a viver à custa do Estado e do povo. E só o fazem porque os sucessivos governos o têm permitido. Abram faculdades de medicina privadas! E o problema numa década estará resolvido. Permitam ao grupo mello e a outros que operam na saúde abrir e gerir as suas próprias faculdades de medicina. Era vê-los a correr para o interior e para o Algarve. Não se esqueçam que em Espanha há taxistas formados em medicina.

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