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Bebé Matilde. “Pressão da sociedade é positiva, mas tem de se dar espaço para decidir”

Nuno Fox / Lusa

A ministra da Saúde, Marta Temido

Esta sexta-feira, no Jornal da Noite da SIC, a ministra da Saúde admitiu que a bebé Matilde e outros “seis a sete bebés” em Portugal podem ser elegíveis para o novo medicamento para a atrofia muscular espinhal tipo 1 que ainda não está aprovado na Europa, mas salientou tratar-se de uma “decisão clínica”.

Marta Temido disse, esta sexta-feira à noite, que há dois casos de bebés no Centro Hospitalar Lisboa Norte (a que pertence o Hospital de Santa Maria), incluindo a Matilde, e “mais seis ou sete crianças” noutros hospitais do país que são “eventualmente elegíveis” para serem tratados com Zolgensma.

O medicamento está aprovado nos Estados Unidos, pela Food and Drug Administration, mas ainda está “em apreciação pela EMA [Agência Europeia de Medicamentos]” para poder ser utilizado na Europa.

Para que o medicamento em causa possa ser usado em circunstâncias especiais, é preciso uma autorização de utilização excecional (AUE), a ser pedida e justificada pelos médicos que acompanham cada um destes doentes. É o que têm feito “outros países” e “é o que nós também faremos”, assegurou Temido, se se “verificar que, do ponto de vista clínico, é a melhor opção terapêutica”.

A ministra apelou também à serenidade de todos. “Estes processos têm de ter o tempo correto” e “não podemos pressionar a decisão clínica. É preciso dar tempo à decisão clínica”, disse a ministra da Saúde, a propósito do caso da bebé Matilde.

No Jornal da Noite da SIC, a governante ressalvou que a “pressão da sociedade é positiva, no sentido da sua atenção”, mas “tem de se dar espaço de respiração” e “deixar os técnicos terem um critério que seja o decisor destes casos”.

Sobre os dois milhões de euros que o medicamento Zolgensma custa, Marta Temido assegurou que “Portugal e o Ministério da Saúde têm tido uma postura muito assertiva”.

“Na realização da Assembleia Mundial da Saúde foi possível mais uma vez subscrever uma posição conjunta com outros países da União Europeia no sentido de termos maior transparência sobre a informação do preço dos medicamentos. Não quer dizer que o preço não possa ser esse, quer dizer que os cidadãos, os contribuintes têm direito a ter acesso a essa informação”, assegurou a ministra, citada pelo Observador.

ZAP //

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