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Depois do relatório da ONU, Governo de Maduro liberta prisioneiros

(h) Miraflores Press Office

Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, pediu diretamente a Nicolás Maduro para libertar prisioneiros. O pedido foi acedido no mesmo dia em que foi divulgado um relatório que acusa o Governo venezuelano de “homicídios extrajudiciais e detenções arbitrárias”.

Esta sexta-feira, a ONU divulgou um relatório sobre a Venezuela no qual responsabiliza as autoridade do país pela morte de quase 5300 pessoas em operações de segurança. Precisamente no mesmo dia em que foi divulgado o relatório, o Governo de Nicolás Maduro anunciou a libertação de 22 prisioneiros.

Entre eles, segundo o Expresso, encontram-se a juíza Maria Afiuni, detida em 2010. A juíza cumpriu parte da pena em prisão domiciliária e foi condenada de novo em março deste ano a cinco anos de prisão por “corrupção espiritual”. O jornalista Braulio Jatar, que foi preso em 2016 depois de feito a cobertura jornalística de protestos contra Nicolás Maduro na Ilha de Margarita, também foi libertado.

Contudo, no Twitter, o jornalista esclareceu esta sexta-feira que foi apenas parcialmente libertado, uma vez que se encontra impedido de viajar para outros estados venezuelanos e obrigado a apresentar-se às autoridades de duas em duas semanas. Além deles, foram libertados 20 estudantes.

Michelle Bachelet, alta comissária da ONU e autora do relatório, confirmou a libertação. O relatório acusa o Governo de Maduro de afastar opositores e criar um ambiente de medo entre a população de modo a assegurar a sua manutenção no poder.

Segundo o documento, foram registadas quase 5300 mortes em operações de segurança no ano passado, tendo o Governo alegado que “resistiram à autoridade”. Só até maio deste ano já foram registadas outras 1569 mortes. Muitas delas, refere o documento, “podem constituir execuções extrajudiciais”.

São também denunciados “atos de tortura e tratamento desumano nas prisões, com recurso a choques elétricos, violência sexual, privação de água e comida, exposição a temperaturas extremas”, e a conhecida técnica, que foi bastante usada nos Estados Unidos contra prisioneiros acusados de terrorismo, do “waterboarding” (afogamento simulado).

Bachelet reuniu-se recentemente com o Presidente Nicolás Maduro em Caracas, a quem terá pedido diretamente, segundo informou um porta-voz, para libertar prisioneiros.

A divulgação do relatório já era expectável, sobretudo depois de ter ficado acordado que a alta comissária deixaria uma equipa técnica especializada no país para continuar a avaliar a situação. No entanto, o Governo não reagiu bem, considerando a avaliação “parcial” e omissa, e criticando a metodologia usada, que “privilegia fontes que carecem de objetividade e exclui quase na totalidade a informação oficial”.

ZAP //

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