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ONU atribui responsabilidade ao Governo de Maduro pela morte de 5300 opositores

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jeso.carneiro / Flickr

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

Execuções extrajudiciais, existência de esquadrões de morte, repressão violenta contra opositores e críticos de Nicolás Maduro, responsabilidade na morte de 5287 pessoas em 2018 e de outras 1569 nos primeiros cinco meses deste ano. São estas as principais denúncias do relatório da ONU sobre a Venezuela.

No relatório sobre a Venezuela, elaborado por Michel Bachelet, ex-Presidente do Chile e atual Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a ONU responsabiliza o Governo de Nicolás Maduro por execuções extrajudiciais, existência de esquadrões de morte, repressão violenta contra opositores e críticos de Maduro, manipulação de cenários de crime, pela morte de 5287 pessoas em 2018 e de outras 1569 nos primeiros cinco meses deste ano.

O relatório foi divulgado na quinta-feira e será apresentado esta sexta-feira ao Conselho de Direitos Humanos da organização internacional.

Segundo o documento, que resulta de uma visita de Bachelet e da sua equipa ao país e de centenas de entrevistas a vítimas e ativistas, as execuções extrajudiciais, justificadas por atos de “resistência às autoridades”, fazem parte de uma estratégia para “neutralizar, reprimir e criminalizar opositores políticos e pessoas críticas do Governo” chavista.

https://twitter.com/UNHumanRights/status/1146815360995397632

De acordo com o Público, o relatório da ONU cita testemunhas para acusar as Forças Especiais venezuelanas de “manipulação de cenas de crime e de provas“, de forma a poder incriminar as vítimas e justificar a utilização de violência extrema contra elas.

“Colocavam armas e drogas [no cenário do crime] e disparavam contra as paredes ou o teto para sugerir um enfrentamento e demonstrar que a vítima tinha ‘resistido à autoridade’”, refere o relatório.

Na resposta escrita pelo Governo chavista, é referido que o documento mostra uma “visão seletiva e abertamente parcial” da Venezuela, omite informação oficial e baseia-se em “fontes com falta de objetividade”.

É uma análise que privilegia ao máximo os testemunhos negativos, ao mesmo tempo que esconde e minimiza as medidas adoptadas para a progressão dos direitos humanos”, critica o executivo de Nicolás Maduro, citado pela Reuters.

Por sua vez, em comunicado, Michele Bachelet diz “esperar sinceramente” que as autoridades “adotem as recomendações” do relatório, uma vez que “todos os venezuelanos merecem uma vida melhor”.

ZAP //

2 Comments

  1. A ex-presidente do Chile país que não apoia o Guaidó? O Chile não faz parte do grupo de Lima que pretende afastar o actual presidente da Venezuela? Terá sido o Eng. Guterres a nomeá-la Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos ou terá sido alguém que apoia a guerra dos EUA contra a Venezuela?

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