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Trump elogia poder militar dos EUA (e fala dos aeroportos tomados em 1775 pelo exército revolucionário)

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Al Drago / EPA

O Presidente dos Estados Unidos elogiou o potencial das Forças Armadas norte-americanas, num discurso em Washington, na quinta-feira, para assinalar o Dia da Independência do país. Donald Trump prometeu ainda aos norte-americanos uma bandeira em Marte para “breve”.

“Durante mais de 65 anos, nenhuma força aérea inimiga conseguiu matar um único soldado americano. Porque o céu pertence à América”, vangloriou-se Trump, em frente ao Lincoln Memorial, sob cânticos de “Estados Unidos, Estados Unidos”.

Trump tornou-se o primeiro Presidente dos Estados Unidos, em 70 anos, a proferir um discurso no Dia da Independência perante centenas de pessoas se reuniam para celebrar a declaração de independência do país do Reino Unido, a 4 de julho de 1776.

“Ao reunirmo-nos esta noite (…) recordamos que todos partilhamos uma herança extraordinária. Juntos, fazemos parte de uma das maiores histórias já contadas: a história da América”, declarou. Apesar da especulação de que Trump iria politizar o seu discurso, o Presidente não se desviou de um plano focado em elogiar episódios históricos e os feitos das Forças Armadas norte-americanas.

Na mesma intervenção, Trump afirmou que os Estados Unidos vão colocar “em breve” uma bandeira na Lua e em Marte. “Vamos outra vez à Lua em breve e colocaremos a bandeira dos Estados Unidos em Marte em breve”, disse. Uma promessa feita pouco depois de ter afirmado que para os Estados Unidos “não existem impossíveis”, o que originou um forte aplauso das pessoas que assistiam ao discurso do 4 de Julho.

“Para os americanos, nada é impossível”, frisou, citado pelo Diário de Notícias. “A nossa luta pela grandeza criou uma cultura de descoberta que levou Thomas Edison a imaginar a lâmpada elétrica (…) e os irmãos Wright a olhar para os céus e imaginar a próxima fronteira”. “Enquanto nos lembrarmos da nossa história, enquanto continuarmos a lutar, não haverá nada que a América não pode fazer (…) Somos um povo em busca de um sonho e de um magnífico destino. Somos todos criados pelo mesmo Deus todo-poderoso”.

Trump terminou o longo discurso com um agradecimento: “Deus vos abençoe a todos, Deus abençoe os militares e Deus abençoe a América“, rematou.

O evento “Uma Saudação à América”, organizado pela Casa Branca, contou com a presença de vários aviões militares e helicópteros que sobrevoaram o National Mall, um dos lugares mais emblemáticos de Washington.

Dois aviões F-18 Hornet e dois F-22 Raptor, entre outros, sobrevoaram a capital dos EUA durante o discurso de Trump, realizando diferentes manobras no ar e provocando aplausos e gritos de “Estados Unidos, Estados Unidos!” entre os presentes.

Tropeços na História

Trump, que recorreu durante quase todo o discurso ao papel que trazia consigo, tropeçou algumas vezes em datas e factos históricos, observa a imprensa internacional. Uma das falhas mais apontadas pelos média está relacionada com o facto de o Presidente ter afirmado que o exército assumiu os aeroportos durante a Revolução Americana.

“O nosso exército tripulou o ar, bateu nas muralhas, tomou o controle dos aeroportos”, disse, citado pelo USA Today, referindo-se à força de combate criada pelo Congresso Continental em 1775. No século XVIII não existiam ainda viagens aéreas na América, estas começaram a acontecer nos EUA no início da década de 1900, aponta o The Guardian.

Outra gralha histórica está relacionada com a batalha de Fort McHenry, tal como observa o diário britânico. Ao contrário do que afirmou Trump, este confronto ocorreu durante a Guerra de 1812 e não durante a Revolução Americana.

As declarações do Presidente norte-americano ecoaram rapidamente nas redes sociais.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Todos tropeçam… até a ZAP ao escrever “No século XVIII não existiam ainda viagens aéreas na América, estas começaram a acontecer nos Estados Unidos no início da década de 1990″…

    … E muito antes de existirem aviões, já existiam viagens aéreas nos EUA e noutros lados do mundo… além de que aeroportos, ainda que assim não designados, também já existiam antes de existirem aviões…

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