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Segundo Freud, Leonardo da Vinci era gay e sofria do Complexo de Édipo

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Mido / Wikimedia

Leonardo da VinciLeonardo da Vinci

Nem Freud escapou do encanto de Da Vinci. O pai da psicanálise ficou intrigado com a personalidade do génio italiano, pela sua paixão investigadora e artística, que associava ao seu impulso sexual.

Freud afirmava que a magnitude do seu trabalho era prejudicial para a sua vida sexual e que, de facto, o prazer que experimentava a cada nova descoberta era semelhante ao do êxtase amoroso. Leonardo não dava importância ao sexo, que descreveu como um ato “nojento”, mas Freud sim.

“Leonardo Da Vinci, uma memória da infância” (Navona), originalmente publicado em 1910, poderia ser uma espécie de biografia, mas na realidade é uma “investigação médica da alma”, como Freud a descreveu – o uso de alguns dados objetivos para interpretar a sua figura, para tentar iluminar o desconhecido.

Com essa missão, o médico mergulha nos primeiros anos de Leonardo, fonte de grandes respostas para ele, mas, desta forma, enfrenta uma triste realidade: que não sabemos quase nada sobre esse período. Apenas alguns trechos biográficos e uma breve anotação da sua caligrafia que conta uma estranha memória pela primeira vez.

“Enquanto ainda no berço, um abutre veio até mim, abriu a minha boca com a cauda e bateu-me nos lábios repetidamente.”

Nesta cena rara, de acordo com a ABC, Freud dedica a maior parte do trabalho e tira as suas conclusões, graças aos seus “excelentes métodos de técnicas psicanalíticas.” Em primeiro lugar, vê uma clara felação que, segundo Freud, será a tradução de um impulso primordial: sugar o peito. “[Leonardo] transformou a sugar o seio em ser amamentado, ou seja, a passividade, e, portanto, numa situação de caráter homossexual indubitável.”

Além disso, vem à certeza de que Da Vinci foi “convertido” num homem homossexual pela “relação erótica” com a sua mãe. Em seguida, ressalta que “no seu estúdio, só aceitava como estudantes meninos e jovens de beleza estonteante”.

O termo Complexo de Édipo criado por Freud e inspirado na tragédia grega Édipo Rei designa o conjunto de desejos amorosos e hostis que o menino, enquanto ainda criança, experimenta em relação à sua mãe.

Seguindo esta jornada em particular, chegamos ao sorriso da Mona Lisa. “As mulheres sorridentes são nada senão a representação de Caterina, a sua mãe, e começamos a ponderar a possibilidade de que era a sua mãe que possuía o sorriso misterioso que tanto o fascinou”.

Em “A Virgem e o Menino com Santa Ana”, Freud vê um resumo óbvia da infância de Da Vinci: as duas mulheres na imagem representam as suas duas mães (biológicas e madrasta). Além disso, há páginas para o pai. “Para a pintura de Leonardo, a identificação com o pai teve um efeito devastador. Criou o trabalho e não se importava com ele, já que o seu pai não se importava com ele”, ressalta.

Deixando de lado os seus laços de sangue, Freud depara-se com a sua produção científica e interessa-se, acima de tudo, pelas suas investigações sobre o voo. “Quando Leonardo diz que desde a infância sentia uma atração pessoal específico para o problema de voo, confirmamos que a sua investigação infantil se focava na sexualidade“, argumenta. “O desejo de voar no sonho significa nada mais do que o desejo de estar apto para o ato sexual”.

Ernest Jones, biógrafo oficial de Freud e autor do prefácio deste livro na sua edição de 1921, disse que o ensaio foi “um esplêndido exemplo de como o conhecimento baseado na psicanálise de pessoas vivas podem lançar luz sobre as torrentes mais profundas da personalidade daqueles cuja mente não conseguimos aceder através de investigação direta”.

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21 Comments

  1. Escrevem de uma maneira que tira a vontade de ler.
    Sabem ler sequer?
    Sabem o significado das palavras em português de Portugal?
    Esclareçam-me uma coisa, o vosso “target” são portugueses ou brasileiros?
    Fico baralhado.

    • Podes ter razão. Nada mais chato que falar ou escrever á maneira brasileira nos meios de comunicação portugueses. Mas igualmente chato, é o escrever á inglesa (“target”), quando o PÚBLICO ALVO somos nós. Talvez tivesses ficado tão baralhado que não percebeste a incongruência.

      • Boa oportunidade de ficar calado, Janeka. Em vez de vires logo feita histérica (sejas homem ou mulher) berrar em letras maiúsculas como se estivesses no Bolhão, devias ter levado em linha de conta que o Marks escreveu “target” entre aspas. Estrangeirismos como esse fazem parte integrante da nossa e de qualquer língua e mesmo que não fizessem, está entre aspas por alguma razão. Vê lá se também não se pode dizer “marketing”.

        • Tu Miguel, tambem perdeste uma excelente oportunidade para estar calado. Marketing nao tem propriamente uma palavra em Portugues que distinga indubitavelmente o que se quer dizer. Já target é um estrangeirismo excusado quando a palavra certa e vastamente usada é publico alvo. O caso ganha especial incongruencia quando o Marks apelava as palavras em Portugues de Portugal.

      • Ai ó Janeka que estavas tão bem calado. O que é “chato” é o amigo escrever o “á” em vez de “à”. Isso é que é “chato”.

  2. Excelente resposta! Temos uma língua rica, tanto para os portugueses quanto para os brasileiros, e aderirmos subjugados a um inglês, longe das nossas culturas, numa clara subjugação a um imperialismo que não nos interessa!

    • Não há subjugação a imperialismo nenhum. Inglês é a língua franca, o idioma comum usado por diferentes povos para que não tenhamos de aprender as línguas todas. Existem ainda os estrangeirismos em qualquer língua e fazem parte integrante da língua, e não a “empobrecem”. A língua Portuguesa de Portugal e do Brasil têm imensas diferenças (sobretudo para quem como eu, marimba no acordo ortográfico). Não faz sentido escrever “brasileirês” numa publicação jornalística para público-alvo de Portugual.

      Você deve gostar é do chamado “Acordo cultural Luso-Brasileiro. Eles mandam a cultura, nós mandamos o dinheiro”.

      • Os estrangeirismos nao emproblecem uma lingua ? Entao devia trabalhar num escritorio…. e quando o seu “manager” lhe enviasse por “mail” convocatorias para umas “meetings” feitas por “call” , onde depois via que tinha que fazer “decline” porque ja estava “busy” no seu “calendar”.

        • Cá por mim, prefiro o Português com alguns estrangeirismos derivados do Inglês do que o Português Abrasileirado, e isso sim é parvo ou “babaca” como se diz em Brasileiro. É comum inclusivé no Japão, a título de exemplo, usar com frequência alguns termos Ingleses, e pensando bem também na Rússia e no Brasil. Acaba por ser como o Sr. Miguel Queiroz diz, existem estrangeirismos em qualquer língua e não a empobrecem de modo algum.

  3. Uma boa publicação porém o título “sofre pelo complexo de Édipo” é algo que você poderia pesquisar um pouco mais, até porque é bem interessante. Não só Da Vinci, mas todos nós passamos pelo complexo de Édipo durante nossa constituição como sujeito. Logo, “sofrer” pelo complexo, leva a uma conotação de doença, e não é uma doença e sim uma condição universal de nós ocidentais.

  4. Para Freud, tudo tem a ver com sexo. Valha-nos santo Jung.

    Para o Lobby gay, todos eram homossexuais. Sobretudo os que a) foram ilustres e b) já não estão cá para o desmentir. Até orientação sexual passou a ser uma questão de facções ideológicas. Enfim… Sinais de um tempo em que tudo, tudo, mas tudo é ideologia. Tudo hoje em dia tem de cair nalgum saco de ideologias identitárias, sectárias a fracturantes do tecido social.

  5. Marks, e o que importa se o português é de Portugal ou do Brasil? É o conhecimento sendo compartilhado e pronto! Independente de como se fala, lê ou escreve, compomos uma só raça, a humana; larga de frescura homem! Não consegue entender o que está escrito, você sabe ler sequer?

  6. Complexo de édipo é o sentimento erótico de um filho por uma mãe, que é uma mulher, no entanto a criatura é homossexual? Cá para mim era um papão, ou seja, “papava” tudo o que lhe passava à frente.

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