O Governo aprovou esta quinta-feira um novo plano estratégico para a CP que prevê o reforço do investimento e mais contratações.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação anunciou um investimento adicional de 45 milhões de euros e mais 187 contratações, dos quais 67 para a Emef, empresa de manutenção ferroviária. Pedro Nuno Santos revelou ainda a intenção do Governo de avançar com a fusão da CP com a Emef.
Pedro Nuno Santos falava no briefing do Conselho de Ministros onde foi aprovado esta quinta-feira a nova estratégia para a CP. Em causa está um plano a três anos que pretende numa primeira fase fazer a reabilitação de material circulante “encostado” e mais tarde desenvolver uma modernização mais completa de algum do material.
Em causa estão cerca de 70 unidades, entre vários tipos de material ferroviário, incluindo automotoras, locomotivas e até comboios usados nos serviços suburbanos.
Os 45 milhões de euros, dos quais nove milhões são para usar já este ano, vão financiar o esforço adicional de manutenção que será pedido à Emef. O dinheiro vai sair do Orçamento do Estado.
Já o reforço das contratações será financiado pela empresa, tendo o governante sublinhado que foi obtida já a autorização do Ministério das Finanças para as novas contratações e também para a possibilidade da CP poder contratar automaticamente colaboradores para substituir os que vão saindo, nomeadamente para as reformas.
Uma das medidas previstas é a reabertura das oficinas de Guifões no Porto para aumentar a capacidade de recuperação de material circulante que atualmente não está em operação.
O objetivo a prazo será substituir o material que está a ser alugado à espanhola Renfe e que tem tido um custo relevante para a empresa, cerca de dez milhões de euros por ano. A CP lançou no início do ano um concurso para a compra de comboios novos para o serviço regional, mas estas unidades ainda vão demorar alguns anos a chegar.
O novo plano é anunciado já no arranque do verão, um período tradicionalmente de grande procura e que registou no ano passado vários problemas por falta de capacidade de resposta da operadora ferroviária. No entanto, Nuno Santos avisou que os efeitos não serão sentidos para já.
Ao Observador, Pedro Nuno Santos não quis avançar com uma data específica para as melhorias que se vão sentir nos comboios. Mas garantiu: “Queremos recuperar num prazo de 18 meses um conjunto muito vasto de material circulante que está encostado há vários anos”.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação referiu que não seria correto avançar com uma data, especialmente “depois de tantos anos em que se foi degradando o serviço prestado pelas empresas”. A recuperação que se tem de fazer, acrescentou, “não produz resultados imediatos”.”Não me passaria pela cabeça criar a ilusão no imediato”, referiu.