Rui Pinto vai continuar em prisão preventiva a aguardar os desenvolvimentos das investigações da Polícia Judiciária, depois de ter sido extraditado da Hungria.
O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu, esta quinta-feira, manter Rui Pinto em prisão preventiva, o alegado “hacker” que é acusado de extorsão qualificada, acesso ilegítimo, ofensa a pessoa coletiva e violação de segredo.
O português foi extraditado da Hungria para Portugal a 20 de março, depois de ter divulgado documentos privados da Doyen e do Sporting. Perigo de fuga, perturbação do inquérito e da continuação da atividade criminosa foram os motivos que levaram o Tribunal da Relação a manter a medida de coação mais gravosa, avança a Renascença.
“Face aos factos fortemente indiciados no processo e correspondentes crimes e havendo, caso fosse libertado, concretos perigos de fuga, de continuação da actividade criminosa e de perturbação do decurso do inquérito – só a medida detentiva aplicada se revela ser a adequada”, lê-se no comunicado oficial.
Os desembargadores foram assim indiferentes aos apelos que têm sido feitos nos últimos tempos em vários fóruns, com a eurodeputada Ana Gomes a ser uma das principais defensoras da libertação do “hacker”, refere o Diário de Notícias.
No dia 16 de janeiro, Rui Pinto foi preso em Budapeste, depois de um mandato de detenção europeu emitido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). O português ficou em prisão domiciliária e acabou por ser extraditado para Portugal.
O alegado “hacker” terá acedido, em setembro de 2015, ao sistema informático da Doyen Sports Investements Limited, que celebra contratos com clubes de futebol. Além disso, é também suspeito de aceder ao email de elementos do conselho de administração e do departamento jurídico do Sporting e ao sistema informático da SAD do mesmo clube.
Rui pinto está indiciado por seis crimes – dois de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa coletiva e outro de extorsão na forma tentada.
O português é também um dos maiores colaboradores do site Football Leaks, onde foi publicada informação sobre negócios envolvendo clube e jogadores de praticamente todos os grandes clubes europeus.