Vários influenciadores asiáticos fizeram com que a popularidade das lontras aumentasse exponencialmente através do Instagram, ao publicarem fotografias das suas lontras de estimação.
Tal popularidade está a fazer com que cada vez mais caçadores furtivos retirem lontras dos seus habitats naturais, para servirem de mascotes em “cafés de lontras” ou para serem vendidas como animais de estimação.
O conceito surgiu no Japão. Trata-se de um café em que os clientes podem tocar, alimentar, brincar e até mesmo comprar lontras residentes. Com a crescente popularidade que o Instagram trouxe aos mamíferos semiaquáticos, cada vez mais cafés têm vindo a abrir com este propósito.
A World Animal Protection (WAP), uma ONG internacional que luta pelo bem-estar animal, estima que, no Japão, já existam mais de uma dúzia de cafés de lontras. Os animais são criados em cativeiro, muitas vezes sem acesso a água ou a luz natural, e com sinais visíveis de stress, revela a ONG.
A investigação secreta feita pela entidade, e divulgada pela Visão, descobriu ainda a existência de grupos de Facebook destinados ao tráfico ilegal de lontras, com de milhares de utilizadores nacionais e internacionais. O maior destes grupos é indonésio e conta com cerca de 43 mil membros, com uma grande atividade registada.
As lontras são furtivamente caçadas no Japão, na Tailândia e na Indonésia. Segundo a ONG, os caçadores tendem a localizar os esconderijos dos animais, a afastar ou matar os progenitores através de fumo, eletricidade ou tiros; e a levar as crias de lontras para serem traficadas. Apesar de na Tailândia ser expressamente ilegal a caça, reprodução e comércio de lontras, o país possui uma grande reserva de crias de lontra prontas a exportar, revela o relatório.
No Japão existem, inclusivamente, centros de reprodução de lontras montados ao lado de alguns cafés, embora a maior parte dos animais seja ainda importado. A investigação foi ainda mais a fundo, ao revelar que é pratica comum a remoção dos dentes caninos e das glândulas odoríferas das lontras, de modo a torná-las mais apelativas aos compradores, existindo mesmo, alegadamente, entidades governamentais que facilitam o tráfico.
Apesar do aquecimento global já estar a contribuir para a perda do habitat natural das espécies de lontras nativas do sudeste asiático, esta prática é uma nova ameaça à extinção dos mamíferos. A população de lontra-de-nariz-peludo, por exemplo, diminuiu para metade em apenas três décadas.
Cassandra Koenen, membro da WAP, adverte que “só por um animal selvagem ser fofo, não significa que se deva levar para casa”, e que as pessoas não devem incorrer neste tipo de comportamentos apenas porque alguém numa rede social os incentivou ou mostrou.
“A partir do momento em que as lontras estão em casa de pessoas, não existe uma maneira realista de replicar o espaço e a liberdade que os animais teriam na natureza. Muitos animais são postos em espaços muito menores que os seus habitats naturais e não têm uma nutrição apropriada, mesmo que o dono se esforce por tal”, acrescenta.
A organização apela aos utilizadores de redes sociais para não “gostarem” das publicações referentes a lontras em cativeiro, ao mesmo tempo que tenta que os animais sejam protegidos contra a sua eventual extinção.
esta a extinguir em alguns lados e aumentar em outros ,que nao falta em muitos sitios sao ( lontras ) que passam imenso tempo em redes sociais 😉