Com a campanha eleitoral para as europeias do próximo domingo a entrar na recta final, os líderes de PS e PSD procuram dar força aos seus candidatos, com Rui Rio a entregar-se à festa popular na Quinta da Malafaia e António Costa a fazer um périplo por Madeira e Açores, confessando a “obsessão” pelas regiões autónomas.
António Costa vestiu a pele de secretário-geral do PS, mais uma vez, para dar um empurrão ao candidato do partido às eleições europeias e foi à Madeira e aos Açores para dizer que tem uma “obsessão” pelas regiões autónomas, notando que os cidadãos dos Arquipélagos “não são menos que os portugueses do continente“.
“Quando formos votar, todos temos de saber que o voto no PS é 3 em 1“, referiu num comício no Funchal, argumentando que um dos votos é para “dar força à Europa” e “continuar a apoiar o desenvolvimento” de Portugal, outro para “dar força à Madeira e Portugal” para defender “os interesses de todos os portugueses”.
“Mas é também votar para dar força à mudança que começamos na República há 3 anos e meio e que queremos continuar aqui na Região Autónoma da Madeira com a grande vitória de Paulo Cafôfo”, frisou Costa referindo-se ao candidato do PS a presidente do Governo Regional nas eleições de 22 de Setembro deste ano.
Já nos Açores, Costa virou a bitola para o PSD, acusando a oposição de “faltar ao respeito” aos portugueses ao apresentar Paulo Rangel como candidato às europeias, notando que ele “nada fez por Portugal” em 10 anos de Parlamento Europeu.
Rangel apela ao “voto útil” contra o “voto fútil”
Rui Rio voltou a entrar na campanha eleitoral dos europeias para apoiar o cabeça de lista do PSD Paulo Rangel, e não fugiu do desafio de tocar, de novo, bateria na Quinta da Malafaia, em Esposende, no distrito de Braga, numa festa popular por excelência, com muita música pimba e cerveja e vinho a acompanhar.
Chamado ao palco como “o novo baterista da Malafaia”, o presidente do PSD tocou o “Conquistador” dos Da Vinci depois de acusar o PS de “puxar” o país para trás, enquanto o PSD o tenta “puxar para a frente”.
“Se querem derrotar António Costa, só há uma alternativa: votar no PSD. Todo o voto fora do PSD é um voto fútil, todo o voto no PSD é um voto útil“, apontou, por seu turno, Paulo Rangel no discurso da noite, onde acusou também o primeiro-ministro de andar “nervoso e obcecado” com a sua candidatura e com o PSD.
Rangel considerou que Costa “parece o verdadeiro cabeça de lista do PS”, realçando que “em 48 horas fez 5 comícios e aparece nos cartazes”, o que defendeu ser um sinal de que está “com receio de algo para aparecer tanto na campanha”. Antes, já Rio tinha dito que Costa parece interessado em “esconder” Pedro Marques, o cabeça de lista do PS que tem sido acusado de falta de carisma.
Cristas pede “fortíssimo cartão vermelho” ao Governo PS
Num almoço com cerca de 200 militantes em Marco de Canaveses, no distrito do Porto, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, pediu aos portugueses que mostrem um “grande, grande sinal de desagrado, um fortíssimo cartão vermelho” ao Governo do PS nas europeias do próximo domingo.
“Levem a votar os vossos amigos, os vossos familiares”, referiu ainda, apelando à mobilização do partido para “dizer a António Costa que basta desta pouca vergonha de enganar as pessoas, basta de ter os impostos máximos e os serviços mínimos”.
Já o cabeça de lista do CDS, Nuno Melo, voltou à tecla José Sócrates para notar que os cinco candidatos do PS foram governantes com o antigo primeiro-ministro, o “responsável pela bancarrota do país” e pela “entrada da ‘troika’” em Portugal, constatou. Votar no PS é “votar em quem trouxe o pior e o mais traumático tempo dos últimos anos”, concluiu.
Catarina Martins em defesa das pensões
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, foi à Praça do Peixe, no Funchal, apelar ao voto nas europeias para “proteger as pensões”, lembrando os cortes que a União Europeia (UE) pretendia fazer em 2015, em acordo com PSD e CDS-PP.
Notando que “o PS também prometia, não os cortes directos, mas indirectos de congelamento”, Catarina Martins realçou que foi por isso que o BE colocou “como condição inicial [para um acordo com os socialistas] o descongelamento das pensões“.
Já a cabeça de lista Marisa Matias foi mais veemente, acusando a UE de estar “a preparar um assalto às pensões” para recuperar o sistema financeiro, através de um Plano Poupança Reforma europeu, “um negócio à medida do mercado de capitais” para aliviar “a pressão sobre os fundos públicos”.
Jerónimo acusa PSD e CDS de serem “tu cá, tu lá” com extrema-direita
A caravana eleitoral da CDU não conseguiu desenvolver em plenitude a acção de campanha que tinha agendada para um espaço comercial de Rio de Mouro, no concelho de Sintra. Isto porque muitos dos elementos da comitiva foram barrados à entrada da superfície comercial por razões de segurança.
Mesmo assim, o cabeça de lista João Ferreira conseguiu entrar no local e contactar com lojistas e consumidores, manifestando-se contra a “total desregulação de horários, a enorme dificuldade de compatibilização entre vida profissional e vida familiar e os baixos salários” deste sector de actividade.
Já em Alhandra, Vila Franca de Xira, João Ferreira virou as atenções para o tema da dívida externa portuguesa, defendendo a renegociação de “juros, prazos e montantes”. Foi nesse palco que o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, inflamou o discurso com fortes acusações à direita, acusando PSD e CDS de serem “tu cá, tu lá” com os partidos “da ameaça da extrema-direita-xenófoba“, e acusando o PS de “fechar os olhos” à “política que alimenta os regimes autoritários”.
PAN quer apoios para agricultura tradicional
Numa visita ao mercado de agricultura tradicional de Alvor, em Portimão, o cabeça de lista do PAN, Francisco Guerreiro, defendeu medidas de política europeia que apoiem os pequenos produtores de agricultura familiar.
Acompanhado por André Silva, porta-voz do PAN e deputado, Francisco Guerreiro destacou também a importância de “falar directamente com a comunidade piscatória e alertar para os perigos de ficarmos sem ‘stocks’ piscícolas“. “É importante que eles percebam que fazem parte da solução”, destacou o candidato do PAN, defendendo mais apoio para os pescadores para que estes “consigam realmente viver no dia a dia sem ter de pescar”.
O candidato aproveitou também a deslocação à vila de Alvor para falar de política ambiental, “mais concretamente de uma medida apresentada pelo partido, que é a possibilidade de recolha de resíduos plásticos do mar pelos pescadores” e que os “consigam encaminhar para um sistema de resíduos”.
NOS quer saber “o que andaram a fazer durante 5 anos”
O cabeça de lista do partido Nós, Cidadãos!, Paulo Morais, desafiou os candidatos dos partidos com assento parlamentar a explicarem o que fizeram, enquanto deputados europeus, em defesa de Portugal. “Estranho que os 5 partidos que têm assento parlamentar e que têm 4 recandidatos ainda não tenham explicado o que é que lá andaram a fazer durante 5 anos”, afirmou em São Martinho do Porto, no concelho de Alcobaça.
Paulo Morais tem como grandes bandeiras eleitorais as discrepâncias no pagamento do IMI (Imposto sobre Imóveis), a “concorrência desleal” entre o comércio tradicional e as grandes superfícies e a “equidade fiscal” no seio do espaço comunitário, defendendo um sistema fiscal mais “justo” e maior “articulação” entre os diversos países.
Depois das “cambalhotas”, Sande está “firme e rijo”
Depois das “cambalhotas” no acidente de viação que sofreu juntamente com Pedro Santana Lopes, o cabeça de lista do Aliança, Paulo Sande, regressou “firme e rijo” à campanha para um almoço no Jardim dos Moinhos de Santana, em Belém, Lisboa, como o próprio confessou ao Observador.
Paulo Sande diz mesmo que as pessoas o abordam “muito mais do que abordavam antes do acidente” e mostra-se confiante na possibilidade de conseguir um lugar no Parlamento Europeu. “Temos tido muito apoio na campanha“, considerou ao Observador entre cerveja e porco no espeto no “almoço da família Aliança”, neste domingo.
O candidato do Aliança coloca a “abstenção” como o “maior adversário” e aponta o PSD e o CDS como os grandes rivais. “É esse eleitorado que queremos disputar”, frisa.
ZAP // Lusa
“Já o cabeça de lista do CDS, Nuno Melo, voltou à tecla José Sócrates” é só o que sabe fazer, falar de propostas de valor para a Europa e para o país, não oiço e gostava de ouvir!
Paulo Sande diz mesmo que as pessoas o abordam “muito mais do que abordavam antes do acidente”
AHAHAHAHAHAHAHAH esta foi mesmo para rir!
Lá diz o outro: o que não mata engorda.
E quanto ao 44 é sempre um bom tema quando o que está em causa é a forma vergonhosa com que os políticos espezinham o povo. É que mesmo neste elenco ainda perduram figuras desse “governo” sinistro que endividou o país. E um deles, imagine-se, é o cabeça de lista do PS às Europeias. E outro é o PM.