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Porto vs Sporting | Dragões vencem clássico quente

Fernando Veludo / Lusa

O FC Porto fechou o campeonato com uma vitória, ao bater o Sporting por 2-1, no Dragão, conseguindo, por fim, derrotar um dos principais rivais na principal prova portuguesa de clubes esta temporada.

O Sporting viu-se reduzido a dez unidades logo aos 19 minutos, após expulsão de Borja, mas foi o primeiro a marcar, para surpresa geral.

Nos últimos 15 minutos, os “dragões” acabaram por dar a volta ao marcador, mas a vitória foi insuficiente para mudar as contas do título, uma vez que o Benfica não fraquejou na Luz.

O resultado acabou por saber a pouco para o FC Porto, numa noite em que os homens de Sérgio Conceição quebraram vários recordes de época: cantos (17), oportunidades de bola parada (12) e remates de cabeça (10).

O Jogo explicado em Números

  • Primeiros 15 minutos de muita expectativa no Dragão, jogados a um ritmo baixo. Sem pressão, o Sporting acabou por ser superior em termos de posse de bola (51%-49%) e eficácia de passe (86%-81%), ainda que o único remate deste período tenha pertencido ao FC Porto. Bruno Fernandes assumiu a batuta, contabilizando 19 acções com bola, dez passes no meio-campo contrário (mais quatro do que qualquer outro jogador da sua equipa) e três duelos ganhos.
  • A tarefa do Sporting ficou mais complicada aos 19 minutos com a expulsão de Borja, que travou Corona quando este seguia em direcção da baliza. No curto tempo em que esteve em campo, o colombiano perdeu a posse cinco vezes e os dois duelos que disputou, e acertou dez dos 12 passes que fez.
  • A pressão exercida pelo FC Porto intensificou-se após a expulsão e o jogo passou a disputar-se no meio-campo do Sporting. A dez minutos do final da primeira parte, os “leões” tinham apenas dois toques na área contrária e um remate; os “dragões”, por seu lado, somavam já seis remates (embora todos desenquadrados), cinco cantos e 58% de posse de bola.
  • Após um período inicial em que o Sporting até esteve por cima, a expulsão de Borja acabou por colocar os “leões” na mó de baixo.
  • Os últimos 25 minutos foram de enorme sufoco junto da baliza de Renan Ribeiro que, no entanto, só uma vez foi chamado a actuar perante um FC Porto ineficaz e que desperdiçou uma ocasião flagrante, criada por Éder Militão para Marega.
  • De regresso à faixa direita da defesa, o internacional brasileiro não falhou nenhum dos 15 passes que fez na primeira parte e ainda realizou oito acções defensivas, regressando aos balneários com a nota mais alta nos GoalPoint Ratings, um interessante 6.4.
  • O jogo ficou mais lento no regresso aos relvados. Após as alterações ao intervalo, com as entradas de Brahimi e de Wilson Manafá, o FC Porto perdeu algum fulgor, fazendo apenas dois remates (um dos quais à baliza) nos 15 minutos inicias, apesar dos seus 74% de posse. De salientar a baixa eficácia de passe por parte das duas equipas nesta etapa inicial (76% para o FC Porto e apenas 58% para o Sporting).
  • E foi então que caiu um “balde de água fria” nas bancadas do Dragão. Numa jogada de contra-ataque, Luiz Phellype inaugurou o marcador, ao bater Vaná com um remate rasteiro após assistência de Acuña. Eficácia máxima dos “leões”, que chegavam ao golo no seu segundo remate da partida, o primeiro enquadrado com a baliza.
  • Volvidos 70 minutos desde o início da partida, Acuña era o único jogador sportinguista com passes para finalização (dois). Do lado do FC Porto, cinco jogadores tinham tantas ocasiões de remate criadas quanto o argentino, e Alex Telles já levava três.
  • O FC Porto acabou por chegar ao golo da igualdade aos 78 minutos, por Danilo Pereira, que rematou de cabeça após um primeiro desvio de Soares. Foram precisos 20 disparos, quatro dos quais à baliza, para os “azuis-e-brancos” conseguirem bater Renan Ribeiro.
  • Aos 85 minutos, os “dragões” estiveram por duas vezes às portas de fazer o 2-1. Renan travou o primeiro remate de Aboubakar, que se encontrava na cara do guarda-redes, enquanto Mathieu fez um corte um cabeça em cima da linha, negando o golo a Soares. O segundo tento do FC Porto acabaria por chegar momentos depois, num remate acrobático de Herrera, que surgiu isolado ao segundo poste no seguimento de um pontapé de canto.
  • Ainda antes do apito final, também o FC Porto ficou reduzido a dez unidades, após expulsão de Corona numa escaramuça que envolveu vários atletas das duas equipas – um duro golpe para os “dragões”, que se vêem privados do mexicano para o encontro da Taça de Portugal.

O Homem do Jogo

Na quase certa despedida do Dragão, Herrera presenteou os adeptos do FC Porto com mais uma grande exibição. Para além do golo da vitória, num remate de fino recorte, o mexicano deu nas vistas pela sua enorme frieza na hora de distribuir a bola, errando apenas um passe em 40, e pelas duas ocasiões de remate criadas.

Os seus três passes longos, dois deles para o último terço do campo, foram eficazes e recuperou a bola sete vezes, mais do que qualquer outro jogador.

Para além disso, somou seis acções defensivas, distribuídas igualmente entre desarmes e bloqueios de passe. Tudo somado, Herrera fechou o “clássico” com a nota mais alta nos  GoalPoint Ratings, um excelente 8.1.

Jogadores em foco

  • Soares 6.9 – Ninguém rematou tantas vezes quanto ele (oito), sendo que apenas dois disparos foram enquadrados com a baliza. O brasileiro realizou apenas nove passes, um deles para golo, e disputou oito duelos aéreos ofensivos, vencendo cinco.
  • Wilson Manafá 6.3 – Esteve apenas 45 minutos em campo, tempo suficiente para deixar a sua marca. Somou três passes para finalização e foi líder em dribles eficazes, com quatro.
  • Petrovic 5.3 – Venceu os quatro duelos defensivos que disputou e contabilizou 14 acções defensivas, seis delas alívios. Falhou três passes no seu próprio meio-campo, o máximo da noite.
  • Aboubakar 4.6 – Nos 18 minutos que esteve em campo, o camaronês teve quatro acções com bola, desperdiçando uma ocasião flagrante. Os seus dois passes foram eficazes.
  • Bruno Fernandes 3.0 – Exibição irreconhecível do médio português, que teve a sua nota mais baixa desde que chegou a Alvalade. Não fez nenhum remate nem criou nenhuma situação de perigo, sofreu quatro desarmes e consentiu outros tantos dribles. Dos seus seis passes longos, apenas um foi eficaz. Pela positiva, sofreu cinco faltas, duas delas em zona de perigo.

Resumo

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