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Benfica vs Santa Clara | Águia garante 37º título

António Cotrim / Lusa

O Benfica venceu o Santa Clara no Estádio da Luz, por 4-1, e sagrou-se campeão da Liga NOS 2018/19, o 37º título da História do emblema “encarnado”.

Num jogo mais difícil do que o resultado deixa transparecer, as “águias” fizeram valer a sua grande eficácia ofensiva para golear e chegar aos 103 golos no campeonato, igualando o seu máximo histórico de tentos na prova, que vinha de 1963/64.

Seferovic (2), João Félix e Rafa Silva marcaram os tentos dos homens da casa, César Martins fez o golo de honra para os açorianos.

O Jogo explicado em Números

  • Quem esperava uma entrava de rompante do Benfica, certamente ficou desiludido. Os “encarnados” depararam-se com um Santa Clara muito organizado defensivamente e a sair muito bem nas transições, pelo que o primeiro quarto-de-hora chegou com mais Benfica (53% de posse de bola), mas os dois únicos remates pertenciam aos açorianos, ambos desenquadrados.
  • Porém, no primeiro remate das “águias” chegou a vantagem. Grande passe de Samaris para as costas da defesa contrária, Haris Seferovic dominou e rematou à meia-volta para o 1-0. O suíço fez, assim, ao 22º golo na Liga.
  • O jogo estava com números pouco habituais no ataque. O Santa Clara somava cinco remates contra dois do Benfica, mas apenas os “encarnados” tinham um enquadrado (o do golo). Só que aos 23 minutos, os homens da casa chegaram ao segundo golo, no terceiro disparo. Lance de Rafa Silva, a bola sobrou para João Félix que tirou um adversário da frente e “fuzilou” Marco.
  • A meia-hora chegou com o Benfica firme na liderança, mas longe de poder afirmar que tinha o jogo controlado. Aos 57% de posse de bola somava os tais dois enquadrados em três disparos, 84% de eficácia de passe, o mesmo registo que o Santa Clara, que por seu turno apresentava 63% de duelos individuais ganhos.
  • Nesta fase, João Félix começava a destacar-se, com um rating de 7.0, com um golo no único remate que fez, 85% de eficácia de passe e sucesso no único drible tentado. Do lado açoriano, João Lucas, com seis acções defensivas, ia segurando a lateral-direita.
  • Mas o jogo tinha esta tendência: o Santa Clara rematava, o Benfica marcava. Aos 39 minutos o 3-0, com Seferovic a falhar um cabeceamento ao primeiro poste e Rafa Silva a aproveitar a sobra para fazer a recarga com sucesso, ao quarto disparo benfiquista, terceiro com boa direcção.
  • Vantagem folgada dos “encarnados” na primeira parte, fruto de uma extrema eficácia ofensiva que permitia aos comandados de Bruno Lage terem uma mão no título nacional. Ao intervalo as duas equipas apresentavam números equilibrados de posse de bola (51%-49%) e os visitantes somavam mesmo sete remates, tantos quanto as “águias”.
  • Contudo, o Benfica enquadrou quatro, enquanto os açorianos não acertaram uma única vez com a baliza de Vlachodimos. O melhor em campo nesta fase era João Félix, com um GoalPoint Rating de 7.0. O jovem avançado fez um golo em dois remates, acertou 16 de 18 passes, ganhou o único duelo aéreo ofensivo em que participou e completou um drible.
  • Bom arranque de segunda parte do Benfica, que ampliou para 4-0 aos 56 minutos. Cruzamento de Álex Grimaldo da esquerda e Seferovic, de primeira, desviou para o fundo da baliza. A formação “encarnada” chegava assim aos 103 golos na Liga, igualando o recorde do clube que datava de 1963/64.
  • Respondeu César aos 59 minutos, com o 4-1, num lance oportuno a emendar uma bola que veio da barra da baliza de Vlachodimos. Ao 11º remate, os açorianos enquadravam o seu primeiro remate e logo para reduzir.
  • Mais uma vez o Santa Clara rematava mais, chegando à hora de jogo com quatro disparos no segundo tempo contra somente um do Benfica, mas mais uma vez, a eficácia ditava leis, com os homens da casa a enquadrarem tantos disparos quanto os visitantes (um). No segundo dos insulares, César (64′) obrigou Vlachodimos a grande defesa.
  • Aos 70 minutos, e com o assunto do título praticamente arrumado, o Benfica ia controlando as operações, permitindo ao Santa Clara ter 54% de posse de bola no segundo tempo, sete remates, três deles enquadrados. Destaque para o facto de se registarem somente 11 faltas no jogo, apenas três por parte do Santa Clara.
  • Nos derradeiros minutos, o futebol do Benfica preocupava-se apenas em servir o recém-entrado Jonas, para que o brasileiro marcasse naquele que, segundo algumas notícias, poderia ser o derradeiro jogo da carreira do atacante. Mas o marcador não viria a sofrer alterações.

O Homem do Jogo

A época do Benfica chegou ao fim com a conquista do título colectivo, mas também de um individual. Com 23 golos, Haris Seferovic terminou como melhor marcador da prova, condição que reforçou nesta última partida das “águias” com um bis, a abrir e a fechar a contagem da sua equipa. O suíço registou um GoalPoint Rating de 7.0, fruto dos dois golos em quatro remates (dois enquadrados), dois passes para finalização e os três duelos aéreos ganhos, dois deles defensivos. Uma temporada para recordar para um dos “patinhos feios” da equipa, que acabou como um dos heróis.

Jogadores em foco

  • Rafa Silva 6.8 – Mais uma bela exibição de um dos mais importantes jogadores do Benfica esta temporada. Rafa foi sempre um dos mais activos a iniciar as transições ofensivas, com velocidade e clarividência. Acabou por marcar um golo, o 3-0, terminando com dois remates, um passe para finalização, dois dribles eficazes em cinco e ainda três desarmes e sete recuperações de posse.
  • João Félix 6.8 – Tal como Rafa, um dos mais importantes obreiros do título benfiquista voltou a estar bem e a marcar. Um golo em três remates, 89% de eficácia de passe e um drible eficaz foram os números do jovem benfiquista, que registou o terceiro rating mais alto do jogo.
  • Álex Grimaldo 6.7 – O espanhol terminou aquela que terá sido a sua melhor época no Benfica com mais alguns números de relevo: uma assistência, cinco passes para finalização, dois dribles eficazes em duas tentativas e quatro intercepções.
  • André Almeida 6.5 – O lateral terminou em grandes dificuldades físicas, mas os números finais mostram que cumpriu. Ao todo, o internacional luso fez três passes para finalização, teve eficácia em três de cinco cruzamentos, errou apenas dois de 52 passes, ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou e recuperou nove vezes a posse de bola.
  • César Martins 5.8 – O antigo central do Benfica foi o melhor em campo do Santa Clara. O brasileiro subiu no terreno para enquadrar os dois remates que fez e fazer o golo da sua equipa. Na retaguarda somou dez acções defensivas, entre elas três bloqueios de remate.

Resumo

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