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Coreia do Norte acusa EUA de lhe roubar um navio. “Ação digna de gangsters”

Department of Justice

A Coreia do Norte classificou como um “ato ilegal de roubo” a apreensão de um de seus cargueiros pelas autoridades norte-americanas, por alegada violação de sanções internacionais, e exigiu aos Estados Unidos a sua devolução.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte disse que a apreensão é contrária ao espírito de uma declaração conjunta assinada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, na primeira cimeira que teve lugar em junho de 2018 em Singapura.

“Os Estados Unidos cometeram um ato ilegal de roubo ao confiscarem o nosso cargueiro em nome das resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre sanções”, disse um porta-voz do ministério num comunicado divulgado pela agência de notícias oficial, a KCNA.

“Os Estados Unidos devem estar cientes das consequências das suas ações, dignas de ‘gangsters’ (…) e devolver o nosso navio sem demora”, pode ler-se na mesma nota.

Os Estados Unidps anunciaram na quinta-feira a apreensão de “Wise Honest“, acusado de violar sanções internacionais ao exportar carvão e importar máquinas. O navio foi imobilizado no ano passado na Indonésia e o seu capitão foi processado pelas autoridades indonésias. Em julho, as autoridades dos EUA iniciaram a apreensão do navio.

A apreensão sem precedentes de um navio de 17 mil toneladas – um dos maiores cargueiros da Coreia do Norte, segundo os Estados Unidos – ocorreu num momento de deterioração das relações entre Washington e Pyongyang, após o fiasco da segunda cimeira que se realizou em fevereiro que juntou Donald Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Hanói, no Vietname.

A Coreia do Norte está sujeita a múltiplas sanções votadas pelo Conselho de Segurança da ONU para forçar o país a desistir do seu programa nuclear.

É precisamente por causa da questão do levantamento das sanções que a cimeira de Hanói falhou. Kim pediu o levantamento das principais sanções em troca de um início de desnuclearização considerado demasiado tímido por Washington.

// Lusa

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