Um dia depois do acidente, começaram a surgir registos do desespero dos passageiros do navio que naufragou na Coreia do Sul.
Um vídeo gravado por um dos sobreviventes mostra passageiros vestidos com coletes salva-vidas, dentro da embarcação.
Um outro dos telemóveis recuperados contém uma troca de mensagens entre uma das passageiras desaparecidas e a mãe.
A adolescente diz: “Mãe, talvez seja a minha última oportunidade de dizer que te amo“.
A mãe responde: “Que se passa? Amo-te de qualquer maneira“. É a última mensagem no telemóvel.
A embarcação, com 475 pessoas a bordo, a maioria estudantes, seguia em direção à ilha de Jeju, no sul do país, um popular destino turístico, quando sofreu uma forte inclinação e virou.
Esta quinta-feira, a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, visitou as imediações do acidente. A presidente exigiu agilidade das equipes de resgate e recordou que, a cada minuto que passa, as hipóteses de encontrar sobreviventes diminuem.
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas familiares dos passageiros criticaram as autoridades por terem permitido que a embarcação zarpasse com mau tempo, e questionam o suposto envolvimento do capitão no acidente.
Num depoimento à polícia, o comandante pediu desculpas e afirmou estar bastante envergonhado.
Há ainda alguns testemunhos de que a embarcação se teria desviado da sua rota original.
Mergulhadores conseguem entrar no navio
Os mergulhadores que integram as equipas de resgate envolvidas na busca de desaparecidos conseguiram entrar na embarcação, foi anunciado.
Quatro especialistas envolvidos nas operações de busca conseguiram efectuar um buraco no casco do navio e entrar na zona do bar da embarcação, tendo lançado uma corda que irá servir de guia aos mergulhadores que estão a inspeccionar o interior do barco à procura de eventuais sobreviventes.
As operações de busca estão agora centradas na recuperação dos 271 passageiros desaparecidos.
Apesar das condições na zona, das baixas temperaturas da água e do tempo que já passou desde o naufrágio, as equipas procuram ainda sobreviventes.
Foram confirmadas até agora 25 mortes.
ZAP / BBC / Lusa
