No mundo dos negócios existem vários projetos que não atraíram os investidores, mas convenceram o mercado. Há quem alugue galinhas, quem fabrique sapatos comestíveis, quem assegure o envio de flores (murchas) aos seus inimigos e até quem apresente a demissão por si.
De acordo com um artigo do Expresso, publicado na terça-feira, no mundo dos negócios há de tudo e para todos os gostos. Não há ideias ridículas e quem pensa o contrário pode arriscar-se a desperdiçar uns quantos zeros (à direita) na conta bancária.
Uma lista de empresas elaborada pelo semanário comprova-o. À uma primeira vista podem parecer negócios absurdos e duvidosos, sem futuro ou viabilidade financeira. E o mais certo é que os mentores destes projetos tenham passado um mau bocado até conseguirem convencer os investidores de que a sua ideia tinha pernas para andar. Muitos nunca o terão conseguido, mas correram todos os riscos e deram forma a projetos que, embora aparentemente condenados à partida, renderam milhões aos seus fundadores.
A maioria das empresas que conhecemos foca-se em vender bens e serviços de que toda a gente necessita. São os negócios ditos normais, que prosperam com maior ou menor rasgo de inovação. Mas o ser humano é uma criatura estranha, com hábitos incomuns e esse é um terreno fértil para o aparecimento de negócios pouco usuais.
Qualquer um dos negócios que constam na lista é real e lucrativo. Revistas como a Forbes ou a Entrepreneur, especializadas no mercado das ‘startups’, apesar do ceticismo inicial, reconhecem o seu valor e rentabilidade, mesmo que seja difícil justificá-la.
Uma estalada sempre foi um indicador universal de que uma conversa se tinha tornado desagradável. Mas até isso está a mudar. Mawin e Tata são mestres de uma técnica denominada Thai Face Slapping (‘Massage Boxing’), dos poucos certificados e a operar fora da Tailândia, onde a técnica surgiu. O que fazem é bater no rosto dos clientes durante vários minutos para alisar a pele e eliminar as rugas. Fazem-no na Face Slapping Natural, a empresa que criaram em São Francisco, nos EUA. Cada sessão custa 350 dólares (cerca de 312 euros) e os resultados não são permanentes. É preciso voltar com frequência.
Há povos para quem a escolha do nome do filho é mais difícil, sobretudo se quiserem garantir que tenham um nome universal. Nesse sentido, a britânica Beau Jessup, 19 anos, criou a Special Name, uma empresa que escolhe nomes ocidentais para os recém-nascidos chineses. “Os nomes chineses são uma junção de dois ou três símbolos e pode ser de difícil compreensão para os ocidentais, criando entraves de comunicação em questões tão básicas como enviar e-mails”, explicou a fundadora. A Special Name funciona através de um algoritmo e de um banco de dados. Depois de identificarem o sexo da criança, os pais escolhem cinco características que querem para o nome do seu filho e o sistema gera três sugestões. No último ano, Beau Jessup já faturou perto de 500 mil euros.
Um abraço cura tudo, dizem. Essa é também a opinião de Reid Mihalko e Márcia Baczynski, dois ‘coaches’ de relações que ganham a vida a promover eventos onde as pessoas, basicamente, se abraçam. As “festas do abraço” têm vindo a ganhar popularidade em todo o mundo e já se organizam eventos nos Estados Unidos (EUA), no Canadá, na Austrália e na Europa. A dupla de empreendedores também promove sessões individuais de abraços para ensinar aos seus clientes as melhores técnicas para estabelecer ligação com os outros. Cada sessão, com duração de uma hora, custa entre 70 e 100 euros.
Deixar um emprego nunca é agradável. No Japão, desistir do que quer que seja (emprego incluído) é um processo complexo que pode manchar a reputação dos profissionais. Yuichiro Okazaki e Toshiyuki Niino são co-fundadores da Exit, uma ‘startup’ que substitui os profissionais na hora de dizer ao chefe o tradicional “demito-me!”. O serviço custa aproximadamente 400 euros (um pouco menos para trabalhadores em part-time) e, no último ano, a dupla já ajudou perto de 800 japoneses no processo de demissão.
Da curiosidade de uma criança nasceu uma ideia de negócio lucrativa. Foi para mostrar ao seu filho que era possível utilizar insetos na alimentação humana que Bill Broadbrent criou a Entosense. Esta empresa é o principal produtor de insetos comestíveis na América do Norte. Em Portugal temos a Portugal Bugs, a EntoGreen e a Nutrix, numa indústria com elevado potencial de crescimento e que fatura milhões de euros a nível global.
Pode escolher o nome, a personalidade e até uma foto que melhor se adeque às suas preferências. A Invisible Boyfriend é uma ‘startup’ que utiliza ‘chatbots’ para simular o comportamento de um namorado ou namorada digital, mas sem as preocupações que as relações amorosas sempre causam. Por pouco mais de 22 euros mensais pode trocar até 200 mensagens escritas com um namorado virtual.
É uma empresa especializada em limpar ao pormenor espaços que receberam festas ou comemorações. Esta ‘startup’ australiana, criada em 2017, rapidamente ganhou adeptos entre os que gostam de promover uma festa de arromba, mas pagam o que for preciso para acordar com a casa arrumada como se nada tivesse acontecido. É exatamente esse o serviço que a Hangover Helpers oferece, por um custo que começa nos 180 euros. E oferecem o pequeno-almoço.
A Dirty Rotten Flowers envia ramos de flores murchas aos seus inimigos. O serviço dispensa qualquer cartão a acompanhar, já que a mensagem é clara. Nesta área, há um outro projeto em destaque, a Ruin Days. De forma anónima, esta ‘startup’ permite enviar presentes “envenenados” (o sentido do termo não é literal) aos seus inimigos, como envelopes que espalham incómodas purpurinas por todo o lado.
A americana Jenn Tompkins e o marido, fundaram a Rent the Chicken como complemento de reforma e viram o seu negócio transformar-se num ‘franchising’, ao agregar uma rede de 40 parceiros que alugam as suas galinhas nos EUA e no Canadá. A Rent the Chicken permite a quem não tem qualquer experiência de criação destes animais aceder a todos os materiais e equipamento necessários para criar galinhas. O serviço de aluguer custa entre 370 e 900 euros por temporada.
Edible Shoes
A expressão “lambe botas” ganhou um novo significado desde que a indústria do calçado começou a fabricar sapatos comestíveis. A maioria das empresas que produzem este tipo de calçado tem como negócio principal a produção de sapatos ditos normais, mas basta uma pesquisa no Google para perceber que há dezenas de empresas a inovar e dar passos largos na criação de um mercado alternativo que regista cada vez maior procura. A maioria do calçado comestível que é atualmente fabricado utiliza chocolate como matéria prima. Fica por perceber o grau de durabilidade dos exemplares.
Só gente doida!!!
Pois, mas as ideias que dão “arame” são, exactamente, as mais idiotas – a começar pelo FB, só para dar um exemplo. Perguntar-nos-íamos: quem é que quer expor toda a própria vida, profissional, pessoal, filhos, família, até íntima, a todo o mundo??? Ninguém com um pingo de juízo na cachimónia, poder-se-ia responder, certo? Aí está: o mundo tem 8 mil milhões de habitantes, dos quais metade não tem acesso à intrnet. FB tem 2.5 mil milhões de assinantes, mais de 50% do “mundo civilizado.
A explicação é fácil: as ideias inteligentes, dirigidas a gente inteligente, deparam-se com uma clientela hiper-crítica e capaz de decidir pela própria cabeça. Dificilmente “vão em futebóis”.
Mas como o mundo é prevalententemente populado por gente que nem sequer quer pensar (basta observar o nível cultural das televisões por esse mundo fora), esse é o “mercado” mais flórido.
Atenção, que não quero dizer que é gente idiota que tem “a sorte” de ter ideias idiotas. Pelo contrário: a grande dificuldade é que gente inteligente tenha ideias idiotas: para isso, é preciso mesmo genialidade.
Completamente de acordo!
“mundo civilizado” deve mesmo estar entre aspas!…
Que a demência está em evolução disso creio que ninguém terá dúvidas, portanto já nada surpreende!