A auditora da Caixa Geral de Depósitos avisou a administração do banco público em 2008 que as garantias dadas por Joe Berardo para conseguir os créditos pedidos desde 2006 não chegavam para cumprir as responsabilidades assumidas.
A Deloitte entregou à administração da CGD, na altura liderada por Faria de Oliveira, e ao Banco de Portugal, o alerta de que em algumas situações “os rácios de cobertura não estavam a ser cumpridos”, avançou o Jornal de Negócios.
Joe Berardo usou pelo menos parte dos empréstimos para comprar ações do BCP, ações que por sua vez usou como garantia para cobrir os empréstimos junto da CGD.
De acordo com o relatório, as garantias dadas — ou seja, o valor das ações do BCP — cobriam apenas 256,3 milhões de euros do empréstimo de 361,6 milhões de euros – cerca de 30% do empréstimo, ou 105 milhões de euros, não estavam cobertos pelas garantias dadas pelo empresário madeirense. A Deloitte terá repetido os avisos em 2010 e em 2011.
A notícia de que CGD, BCP e Novo Banco iam colocar um processo de execução de bens a Joe Berardo, por incumprimento em créditos, foi avançada no início deste mês. A ação deu entrada em tribunal no passado sábado, 20 de Abril.
Num acordo inédito, CGD, BCP e Novo Banco juntaram-se para reclamar dívidas de Joe Berardo, entregando no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa uma ação executiva para cobrar quase 1.000 milhões de euros, executando ainda a Fundação e duas empresas ligadas ao empresário madeirense.
Joe Berardo já recebeu ordem do Tribunal Judicial do Funchal para pagar a dívida de cerca de 6,6 milhões de euros que tem à Caixa Geral de Depósitos. A sentença do empresário foi decretada a 7 de abril e diz respeito a dois créditos do banco público ao empresário madeirense para pagar juros em atraso dos financiamentos da Caixa às suas empresas.
E o que é que vai acontecer aos responsáveis?
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