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Benfica vs Tondela | Águia arranca triunfo a Ferro

Mário Cruz / Lusa

O Benfica sofreu a bem sofrer para levar de vencida o Tondela em pleno Estádio da Luz.

Num jogo que dominou claramente durante a maior parte do tempo, os “encarnados” ganharam por 1-0 e estiveram desinspirados na hora da finalização, terminando com apenas quatro remates enquadrados em 15 e, curiosamente, com três ocasiões flagrantes desperdiçadas.

Os beirões, por seu turno, realizaram uma excelente segunda parte, na qual enquadraram quatro de seis remates, totalizando 12 disparos em todo o jogo. Haris Seferovic, entrado ao intervalo, acabou por resolver o encontro, perto do fim.

O Jogo explicado em Números

  • Entrada de rompante do Benfica, a dominar de forma clara a partida nos primeiros 15 minutos. Nesta fase, as “águias” registaram 76% de posse de bola e três remates, todos desenquadrados, enquanto os beirões dispararam duas vezes (também sem a melhor direcção). Nesta altura já o Benfica registava duas ocasiões flagrantes perdidas, por João Félix e Rafa.
  • O domínio benfiquista era total à passagem da meia-hora, com 75% de posse de bola e já sete remates, mas a pontaria não era a melhor – apenas um enquadrado –, algo menos compreensível se atendermos ao facto de seis desses disparos terem acontecido na área do Tondela. Os visitantes também atacavam com perigo, registando cinco disparos, nenhum com boa direcção, sendo que quatro foram realizados fora da área benfiquista.
  • De forma algo contraditória, os melhores à passagem dos 30 minutos eram três jogadores do Benfica com características defensivas: Ferro 6.3, Samaris 6.2 e Rúben Dias 5.9. O primeiro registava mesmo dez acções defensivas e dois duelos aéreos ganhos.
  • Perto do intervalo, o Tondela deixou de se conseguir aproximar com perigo da baliza do Benfica, registando somente três acções com bola dentro da área contrária. A equipa recuava cada vez mais, pelo que nesta altura as “águias” somavam quatro cantos contra nenhum do seu adversário e haviam ganho 67% de duelos individuais.
  • Primeira parte difícil para os “encarnados”, perante um adversário muito fechado, sem dar espaços de manobra ofensiva aos homens da casa.
  • Prova disso o facto de o Benfica não registar mais do que sete passes para finalização em 45 minutos – nenhum jogador com mais do que um -, tendo, ainda assim, desperdiçado duas ocasiões flagrantes.
  • Todavia, o Tondela nunca deixou de atacar, chegando ao intervalo com apenas menos um remate que o Benfica, num jogo em que apenas se registou um disparo enquadrado. O melhor nesta fase era o central Ferro.
  • O jovem benfiquista registava um GoalPoint Rating de 6.7, com 47 passes concluídos em 50 – nove passes longos centos em dez – e 12 acções defensivas, com destaque para quatro intercepções.
  • Boa reentrada do Tondela, tendo como protagonista Jhon Murillo, a fugir várias vezes em velocidade à defesa benfiquista e a criar muito perigo. O venezuelano até marcou, mas o golo foi anulado por fora-de-jogo. Na resposta, o Benfica fez o mesmo, aos 50 minutos, por Jonas, mas não contou, devido a mão de André Almeida momentos antes.
  • A hora de jogo chegou com pressão intensa do Benfica, a registar 74% de posse de bola na segunda parte. Porém, o Tondela já registava dois remates enquadrados em dois disparos no segundo tempo, enquanto os homens da casa só por uma vez haviam acertado com a baliza de Cláudio Ramos em todo o jogo (10).
  • Muito importante o veterano Ricardo Costa nesta fase do jogo. Pelos 70 minutos, o central registava um rating de 6.8, em grande medida pelos 11 alívios que registava na partida, tendo ganho também dois duelos aéreos defensivos em três.
  • Aos 73 minutos, Xavier obrigou Odysseas à defesa da noite, com um remate em arco do lado direito do ataque. O Tondela começava a soltar-se para o ataque, à procura de um golo que lhe desse vantagem. O Benfica mostrava algum nervosismo e a sua posse de bola caía para os 57% no segundo tempo. Isto numa fase em que já Adel Taarabt entrara na partida.
  • Até que aos 84 minutos, a persistência benfiquista acabou por dar frutos. Jogada pela esquerda, Álex Grimaldo arrancou um cruzamento teleguiado e, no coração da grande área, Haris Seferovic cabeceou colocado e com força para o 1-0. Ao 15º remate, quarto enquadrado, as “águias” batiam Cláudio Ramos.
  • Até final, destaque para a melhor oportunidade do Tondela em todo o jogo, já nos descontos, com Patrick a atirar por cima à entrada da pequena área.

O Homem do Jogo

Num jogo em que o Benfica atacou muito, nem sempre bem, e no qual permitiu que o Tondela se integrasse várias vezes no ataque, o melhor em campo acabou por ser um defesa do Benfica.

O central Ferro já era o melhor ao intervalo e manteve o nível elevado no segundo tempo, terminando com um GoalPoint Rating de 7.7 – algo notável para um jogador da sua posição.

Ao todo, Ferro falhou apenas seis passes em 70, completou dez de 11 longos, ganhou três de quatro duelos aéreos defensivos e somou relevantes 20 acções defensivas. A saber: seis desarmes, seis intercepções e oito alívios.

Jogadores em foco

  • Odysseas Vlachodimos 6.8 – Apesar do pendor ofensivo do Benfica, ao longo de todo o jogo os elementos de cariz defensivo estiveram sempre por cima quanto a desempenho objectivo. Um deles, em especial por causa da segunda parte, foi o guardião grego. Ao todo, Odysseas fez quatro defesas, só uma a remate na sua grande área, é certo, mas somou ainda uma saída pelo solo eficaz e registou a defesa da noite, num remate ao ângulo.
  • Rúben Dias 6.7 – O colega de Ferro na defesa também esteve em bom plano. Com 92% de eficácia de passe, Rúben ganhou três de quatro duelos aéreos defensivos e somou 11 acções defensivas, com destaque para sete desarmes.
  • Joãozinho 6.6 – O melhor dos beirões foi o lateral-esquerdo. Para além de 12 acções defensivas – com destaque para quatro desarmes e três bloqueios de passe, Joãozinho integrou-se bem no ataque, criando uma ocasião flagrante de golo e completando três de quatro tentativas de drible.
  • Haris Seferovic 6.1 – O suíço, regressado de lesão, foi decisivo. A sua entrada ao intervalo tinha como objectivo, certamente, dar presença física na área do Tondela, mas essa presença teve apenas efeitos práticos aos 84 minutos, altura em que fez o único golo do jogo. O avançado terminou com quatro remates (máximo do jogo) e foi o único a enquadrar mais do que um disparo (2).
  • Ricardo Costa 6.4 – O experiente central foi um dos melhores da sua equipa, pela forma prática como afastou o perigo da sua baliza. Ao todo somou 13 alívios, num total de 18 acções defensivas, e ganhou três de quatro duelos aéreos defensivos.
  • Adel Taarabt 4.9 – Uma das atracções da noite, o marroquino estreou-se pelo Benfica na Liga… quase quatro anos após assinar contrato pelas “águias”. O médio esforçou-se, deu contributo defensivo (dois desarmes) e teve participação em alguns lances de envolvência no ataque, mas nos 21 minutos que esteve em campo pouco mais fez, acertando 11 dos 12 passes que realizou.

Resumo

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