O Ministro das Finanças, Mário Centeno, respondeu ao pedido de audição do CDS a propósito dos impostos europeus e aproveitou a oportunidade para atacar os centristas.
Mário Centeno enviou uma carta ao Parlamento, nomeadamente à Secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares, para responder ao pedido de audição do CDS, que chamou o ministro das Finanças à Assembleia da República para ser questionado sobre a criação de impostos europeus no início do mês de fevereiro.
O CDS nunca obteve uma resposta de Centeno e, por esse motivo, no dia 27 do mesmo mês, pediram a intervenção direta de Ferro Rodrigues, através de uma carta assinada por Nuno Magalhães. O líder parlamentar do partido considerava “lamentável” que a audição ainda não tivesse sido agendada quase um mês depois de ter sido pedida.
A resposta tardou, mas chegou (e em força). Na carta enviada pelo gabinete de Mário Centeno esta segunda-feira, o ministro considera que “é inaceitável o aproveitamento político por parte do grupo parlamentar do CDS-PP relativamente a um membro do Governo que na presente legislatura participou em mais de 55 audições”.
Segundo o Observador, que teve acesso à missiva, Centeno recorda que foi ouvido na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) durante o mês de fevereiro – inclusive no dia 6 de fevereiro, onde os deputados do CDS-PP puderam colocar as questões que entenderam.
“É precisamente essa faculdade que a abrangência das audições regimentais permite”, argumenta o Ministério das Finanças. “Os deputados [do CDS] tiveram já oportunidade de questionar o primeiro-ministro e o Ministro das Finanças”, tanto em quinzenais como em comissões, “sem prejuízo da audição do Senhor Ministro das Finanças, que já está agendada”, lê-se ainda.
Centeno acusa o CDS de não ter aproveitado as oportunidade que teve para o questionar no Parlamento para, mais tarde, protagonizar “um mero episódio mediático“.
Além disso, sublinha-se na carta o facto de o ministro ter sempre acedido a pedidos semelhantes, incluindo no próprio dia 27 de fevereiro, quando compareceu na “Comissão de Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, precisamente a requerimento do mesmo grupo parlamentar”.
Esta atitude do CDS “não pode valer para atentar contra a probidade de um membro do Governo na sua relação com o Parlamento”, resume o gabinete do ministro.
Esta quarta-feira, Mário Centeno irá ao Parlamento para uma audição na COFMA.