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Benfica vs Belenenses | Duas ofertas tramam águias

José Sena Goulão / Lusa

O Benfica marcou passo na luta pelo título de campeão nacional, ao empatar (2-2) na recepção ao Belenenses, perdendo dois pontos que poderão vir a ser cruciais.

Sem o lesionado Seferovic, a equipa “encarnada” entrou em campo completamente desinspirada, acabando por marcar só na segunda parte, na primeira vez que rematou na direcção da baliza.

Um autogolo de Nuno Coelho minutos depois parecia sentenciar a partida, mas duas verdadeiras “prendas”, por parte de Vlachodimos e Rúben Dias possibilitaram o empate.

Um jogo estranho, com tantos golos como remates enquadrados e no qual os homens de Bruno Lage, apesar de terem feito 11 remates dentro da área, apresentaram expected goals (xG) de apenas 0,9.

O Jogo explicado em Números

  • Início de partida muito disputado, com dois remates para ambos os lados durante os primeiros 15 minutos, embora o Belenenses tenha sido a única equipa a fazer um disparo à baliza. A formação liderada por Silas, que estreava o seu novo símbolo, deixou claro que vinha para disputar o resultado, contabilizando 44% de posse de bola e 76% de eficácia de passe na recta inicial do desafio.
  • Volvidos 30 minutos desde o início da partida, o Benfica continuava sem rematar enquadrado com a baliza, após cinco tentativas infrutíferas, quatro delas para fora. Samaris dava nas vistas com dois dos três passes para finalização da sua equipa, enquanto André Almeida levava já cinco cruzamentos (dois dos quais eficazes), mais um do que o resto da turma “encarnada”.
  • Do lado da formação belenense, destaque para o central Vincent Sasso, que chegou ao intervalo com três duelos ganhos em outros tantos disputados, sete acções defensivas e ainda duas recuperações de posse.
  • Primeira parte bastante morna com apenas um remate à baliza, logo no primeiro minuto de jogo.
  • A equipa “encarnada” apresentou enormes dificuldades para ultrapassar o bloco baixo do adversário, optando por diversas vezes pela meia-distância, mas sem sucesso.
  • Com tão poucas oportunidades de perigo, não era de estranhar que a liderança dos GoalPoint Ratings pertencesse a um defesa, mais concretamente ao central benfiquista Ferro.
  • A jovem “águia” somava 34 passes certos em 37 tentativas, um passe para finalização, 40 acções com bola, seis recuperações de posse e dois desarmes, apresentando nota 6.1 no regresso aos balneários.
  • O Benfica conseguiu quebrar a muralha belenense no seu primeiro remate enquadrado, aos 55 minutos, através de Jonas. Na génese da jogada esteve um cruzamento teleguiado de André Almeida, o terceiro eficaz por parte do lateral-direito “encarnado”, que elevava a sua conta pessoal de assistências no campeonato para oito.
  • Pouco depois da hora de jogo, o Benfica fez o 2-0, num autogolo de Nuno Coelho, a desviar um remate de Samaris para o fundo da sua baliza. Respirava-se de alívio nas bancadas da Luz, com a vantagem alcançada a dar às “águias” margem de manobra suficiente para se limitarem a gerir o resultado no tempo que restava.
  • Só que, de repente, tudo mudou. Aos 68 minutos, Vlachodimos “tirou mal as medidas” a um livre aparentemente inofensivo de Diogo Viana, permitindo que a bola entrasse na sua baliza mesmo sem ter qualquer tipo de pressão. Dois minutos depois, Kikas restabeleceu a igualdade, aproveitando nova oferta da equipa “encarnada”, desta vez de Rúben Dias, que deixou a bola à mercê do avançado belenense.
  • À entrada dos últimos dez minutos do desafio, o Benfica continuava a ter apenas um remate enquadrado, em 14 tentativas. O Belenenses, por sua vez, levava tantos golos quanto remates e acções com bola na área contrária no decorrer desta segunda parte, enquanto a sua posse se ficava pelos 37% desde o intervalo.
  • Bruno Lage ainda tentou alterar o rumor dos acontecimentos, lançando Zivkovic e Jota nos minutos finais, mas sem sucesso. Dos 21 remates que o Benfica fez, 15 foram para fora e cinco bloqueados por homens do Belenenses, sinais claros de uma noite desinspirada por parte da equipa da Luz, na qual não surgiu ninguém com a lucidez necessária para dar outro rumo ao desafio.

O Homem do Jogo

André Almeida foi dos poucos jogadores que tentaram dar alguma emoção a uma partida cinzenta.

O lateral-direito “encarnado” foi o jogador com mais passes para finalização, quatro, um deles resultante em golo, e teve, juntamente com Grimaldo, o maior número de acções com bola, 96.

Para além disso, foi eficaz nas duas vezes em que arriscou o drible, venceu os três duelos aéreos defensivos em que participou e somou cinco acções defensivas.

Embora tenha falhado 18 passes (8 dos quais curtos) e perdido a posse 26 vezes, o lateral fechou a partida com a nota mais alta nos GoalPoint Ratings, um assinalável 7.1.

Jogadores em foco

  • Florentino Luís 7.0 – Foi uma verdadeira força da natureza no meio-campo “encarnado”, contabilizando 19 acções defensivas. Fez ainda dez recuperações de bola, conseguiu um drible eficaz e errou apenas seis passes em 55 tentativas.
  • Jonas 6.7 – Rematou cinco vezes, fazendo um golo na única vez em que acertou com a baliza. Disputou cinco duelos aéreos ofensivos, vencendo três, e foi eficaz num dos dois dribles que arriscou.
  • Ferro 6.2 – Deu nas vistas com sete bolas longas eficazes em oito tentativas. Recuperou a bola em nove ocasiões e disputou seis duelos aéreos defensivos, dos quais perdeu apenas dois.
  • Vlachodimos 3.9 – O guarda-redes borrou a pintura ao cometer um erro incrível resultante em golo, acabando por somar mais golos sofridos (dois) do que defesas efectuadas (uma).
  • Eduardo Henrique 2.8 – O médio brasileiro, que acabou expulso já perto do final da partida, teve uma noite para esquecer. Cometeu cinco faltas, o máximo da noite, sofreu dois desarmes, controlou mal a bola em três ocasiões e consentiu dois dribles.

Resumo

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