Novos achados lançam luz sobre a origem do misterioso fenómeno espacial FIRST J141918.9 e revelam que representa uma explosão longa de raios gama “órfã”.
Usando um conjunto de radiotelescópios, astrónomos europeus estudaram o FIRST J141918.9+394036 e chegaram a várias hipóteses para a origem do fenómeno misterioso.
Um transiente de rádio é uma substância extra-galáctica de evolução lenta cujo brilho tem diminuído gradualmente nos últimos anos. O recente estudo revelou que este fenómeno poderia ser um resplendor no rescaldo de uma poderosa explosão de raios gama.
Entretanto, descobriu-se que os raios gama emitidos são indetetáveis na Terra, o que dá o nome ao fenómeno – a primeira explosão “órfã” de raios gama na história, de acordo com o novo estudo publicado no arXiv.
A emissão de rádio proveniente do FIRST J1419+3940 também poderia ser explicada por uma nebulosa recém-nascida alimentada por uma jovem magnetar, caracterizada por um campo magnético extremamente forte.
Como o transiente tem caraterísticas e galáxia hospedeira semelhantes à fonte de rádio associada às primeiras rajadas rápidas de rádio repetidas FRB 12102, alguns astrónomos supuseram que FIRST J1419+3940 é uma magnetar relativamente nova que gira rapidamente.
Os astrónomos confiaram numa rede de telescópios para descobrir qual das duas hipóteses é a mais plausível.
“Para distinguir estas hipóteses, realizamos observações de rádio usando a Rede Europeia de Interferometria de Longa Linha de Base em 1,6 GHz para resolver a emissão de forma espacial e encontrar rajadas de rádio com duração de milissegundos”, informaram os astrónomos liderados por Benito Marcote.
A equipe de Marcote acredita que o FIRST J1419+3940 é uma pequena fonte de rádio com uma densidade de fluxo ao nível de 620 microjansky. Com uma distância de luminosidade de cerca de 283 milhões de anos-luz, o tamanho da fonte foi estimado em cerca de 5,2 anos-luz.
Paralelamente, as observações não detetaram explosões de duração ao nível de milissegundos de origem astrofísica a partir deste objeto e confirmaram que a emissão de rádio proveniente dele não é térmica.
Os investigadores notaram que o FIRST J1419+3940 ainda poderia produzir rajadas rápidas de rádio, admitindo que é necessário realizar mais estudos do local.
ZAP // Phys