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Portugal é dos piores países para mulheres imigradas trabalharem

A desigualdade de género continua a ser um grave problema no país. Portugal foi eleito um dos melhores países para imigrantes trabalharem, mas as mulheres têm uma opinião diferente.

Portugal foi eleito, em 2018, um dos melhores países para imigrantes trabalharem. O estudo da InterNations, a maior comunidade de expatriados do mundo, colocou Portugal no sexto lugar do ranking.

A qualidade de vida no país e a facilidade de adaptação à realidade portuguesa eram fatores apontados como justificação. No entanto, se olharmos para as diferenças de género, as mulheres imigrantes parecem muito mais descontentes que os homens.

Os dados são adiantados pelo Observador, que cita um inquérito feito a imigrantes do sexo feminino que coloca Portugal nos últimos lugares da tabela. Portugal ocupa o 41º lugar num total de 57 países analisados.

“Os resultados deixam-nos a questionar se as mulheres têm as mesmas oportunidades do que os homens no que toca à conjugação da carreira no estrangeiro com a vida familiar”, diz o fundador da InterNations, Malte Zeeck.

Algumas expatriadas realçam o facto de os seus salários serem mais baixos do que o que ganhariam no seu país natal. Além disso, há também um descontentamento com o seu local de trabalho.

Segundo as inquiridas do estudo, a maior razão de insatisfação é em relação às perspetivas de carreira – apenas 38% das mulheres estão satisfeitas, contra 42% dos homens.

O maior fator de satisfação é a possibilidade de equilibrar a vida pessoal e profissional. No que toca a esse assunto, as mulheres apresentam um grau de satisfação muito semelhante aos homens.

O estudo, que surgiu a propósito do Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março, mostrou ainda que apenas metade das imigrantes está satisfeita com a segurança no trabalho.

Seis dos dez países que ocupam os lugares cimeiros do ranking são europeus, com a República Checa a ser o país com a maior satisfação entre as mulheres imigrantes. Contudo, o pódio é completado por dois países asiáticos: o Bahrain e o Taiwan, respetivamente.

InterNations

InterNations

O caso de Portugal não é, no entanto, tão negativo quando vista numa perspetiva histórica. Nos últimos anos, Portugal figurava nos últimos dez lugares da tabela.

Apesar de as perspetivas de carreira continuarem a ser o principal problema entre as imigrantes, este aspeto, segundo a InterNations, é uma das razões da subida no ranking. Em 2017, apenas 26% das mulheres se considerava satisfeita neste parâmetro.

A situação em Portugal continua a não ser a melhor (longe disso), mas esforços continuam a ser feitos para que haja um reequilíbrio na igualdade de géneros.

Entretanto, a secretária de estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, anunciou que Portugal vai multar empresas que paguem salários diferentes a homens e mulheres que desempenhem a mesma função, no âmbito da legislação de combate à desigualdade de género que recentemente entrou em vigor no nosso país.

ZAP //

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