Uma professora de Famalicão, cansada da instabilidade da profissão, abandonou a docência e passou a dedicar-se às “hortas dentro de casa”, um conceito que já exporta para a Bélgica e que espreita outros mercados internacionais.
Visitada esta segunda-feira pelo presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, no âmbito do roteiro traçado para divulgar os exemplos de empreendedorismo do concelho, a “Life in a Bag” comercializa sacos, vasos e potes com tudo o que é necessário para cultivar, dentro de casa, ervas aromáticas, flores comestíveis e microvegetais biológicos.
“Estarmos a preparar um qualquer prato lá em casa e ir a um vaso buscar salsa ou uns coentros que nós próprios cultivámos, convenhamos que tem outro sabor”, referiu Alexandra Silva.
Tem 46 anos, é professora, mas foi ‘designer’ durante 16, tendo depois dado aulas de Educação Musical durante sete.
Há um ano, cansada da “precariedade” e da “instabilidade” da profissão, deixou o ensino, passando a dedicar-se por inteiro, com a ajuda do marido, um engenheiro informático de 41 anos, às “hortas dentro de casa”.
A agricultura já era um ‘hobby’ do casal, que foi descobrindo, à custa de muitas pesquisas e experiências, os segredos do cultivo ‘indoor’.
A partir de meados de 2013, tornou-se numa oportunidade de negócio, com a “Life in a Bag” a facturar, em seis meses, 20 mil euros, referentes a mil encomendas.
Os seus ‘kits’ já estão à venda ‘online’, em mais de 30 lojas um pouco por todo o país e ainda na Bélgica, que foi o primeiro país de exportação, mas o projecto também já “pisca o olho” à Holanda, França e Inglaterra.
Dentro de cada embalagem, vai tudo o que é necessário para fazer cada cultivo, desde a argila, a terra, as sementes biológicas e o “livro de instruções”.
“A taxa de sucesso é garantida”, disse Alexandra Silva.
Depois de plantados e regados todos os dias, os micro-vegetais ficam prontos a comer ao fim de 10 a 15 dias, quando aparecem as primeiras folhas dos rabanetes, agriões ou brócolos.
A embalagem é reutilizável e as sementes dão para vários cultivos.
Para já, toda a produção é feita dentro da moradia do casal, onde os vasos ornamentais, em vez das tradicionais flores, apresentam preferencialmente salsa, pés de feijão e outras ervas e vegetais.
“Os nossos ‘kits’ também são muito procurados para prendas”, disse ainda Alexandra Silva, exemplificando com o “boom” de procura registado no último natal.
O presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, destacou o projeto por ser “amigo do ambiente e da economia doméstica” e pela sua “capacidade exportadora”.
Para o autarca, este é um exemplo “notável” de empreendedorismo, que mostra que mesmo no simples contexto de uma habitação é possível produzir e encontrar uma oportunidade de negócio.
/Lusa
gosto muito das vossas noticias
obrigada
Cara Ester,
Nós é que agradecemos.