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Trump diz que o “amigo Kim” vai ter um “futuro espetacular” se escolher a desnuclearização

A amizade entre o Presidente norte-americano e o líder norte-coreano começou numa cimeira histórica em Singapura, um paraíso fiscal asiático no centro da alta finança e líder em quase todos os índices de desenvolvimento.

Oito meses depois, Donald Trump e Kim Jong-un voltam a encontrar-se esta quarta-feira, no Vietname, um país que serve de melhor exemplo para aquilo que os EUA prometem à Coreia do Norte em troca da sua desnuclearização: uma economia em progresso constante graças à ajuda americana a um Governo comunista que foi em tempos considerado inimigo.

Foi esse o cenário para a Coreia do Norte que o Presidente norte-americano traçou nos últimos dias, antes da sua partida para Hanói, onde chegou esta terça-feira. Esta quarta-feira à noite, terá oportunidade de o dizer a Kim, num jantar reservado que antecede uma quinta-feira de intensas negociações.

“O Presidente Kim percebe, talvez melhor do que qualquer outra pessoa, que sem armas nucleares o seu país poderia rapidamente tornar-se uma das grandes potências económicas em todo o mundo. Por causa da sua localização e do seu povo (e dele), tem mais potencial para um rápido crescimento do que qualquer outra nação!”, disse Donald Trump.

Ao mesmo tempo, o Presidente norte-americano foi baixando as expectativas em relação ao que espera do outro lado na cimeira. A palavra “desnuclearização” continua como objetivo a longo prazo, mas nos últimos dias parece ter dado lugar a um objetivo mais pragmático: “Não tenho pressa. Só não quero que façam testes. Enquanto não fizerem testes, estamos contentes”, disse Trump.

A suspensão dos testes com armas nucleares e mísseis intercontinentais é a única concessão conhecida da Coreia do Norte desde a primeira cimeira entre Trump e Kim, em junho de 2018. Esses testes acabaram vários meses antes do encontro em Singapura – o último foi em setembro de 2017 e o último ensaio com um míssil aconteceu em novembro do mesmo ano.

A declaração final da primeira cimeira foi discreta e vaga: “O Presidente Kim Jong-un reafirmou o seu firme e inabalável compromisso com a total desnuclearização da península coreana.”

À semelhança do que aconteceu no ano passado, não se espera que a cimeira no Vietname venha a ficar na história das relações entre os EUA e a Coreia do Norte, mas pode ficar marcada com uma declaração formal do fim da Guerra da Coreia.

Os críticos da estratégia do Presidente Trump dizem que Kim fica com mais um trunfo na manga se as negociações azedarem: com a península pacificada, a Coreia do Norte pode exigir com mais autoridade o fim da presença militar norte-americana na Coreia do Sul.

A não ser que o objetivo a longo prazo dos EUA esteja a ser substituído pela Administração Trump: em vez da desnuclearização, apenas uma abertura económica e o fim dos testes e das ameaças. Em troca, Kim receberia a declaração do fim da guerra, o levantamento das sanções e a abertura de relações diplomáticas.

ZAP //

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