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“A Venezuela acordou”: Guaidó recusa “falso diálogo” com Maduro

Leonardo Munoz / EPA

Guaidó apareceu pela primeira vez em público desde que se autoproclamou Presidente interino da Venezuela

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, disse esta sexta-feira que não se prestará para um falso diálogo com o Presidente Nicolás Maduro. Os deputados da União Europeia pedem o reconhecimento Guaidó até se realizarem novas eleições.

“Quando a repressão não lhes dá resultado começam com um falso diálogo (…) o mundo e o regime devem perceber que para falsos diálogos, aqui, ninguém está interessado”, disse. Juan Guaidó falava em Chacao, no leste de Caracas, para centenas de venezuelanos que acorreram à Praça Bolívar, onde decorreu um encontro entre deputados e jornalistas.

“O único elemento possível é o que leve ao fim da usurpação”, salientou Juan Guaidó, que não reconhece o novo mandato presidencial de Nicolás Maduro, iniciado no passado dia 10 de janeiro. Segundo Guaidó, “a Venezuela acordou” e vai ter um governo de transição e serão convocadas eleições presidenciais livres.

O Presidente Nicolás Maduro disse também nesta sexta-feira que, pela paz no país, está disposto a reunir-se com Juan Guaidó, que se autoproclamou Presidente interino da Venezuela, para iniciar “um diálogo nacional”.

“Estou comprometido com o diálogo nacional. Hoje, amanhã e sempre será comprometido e pronto para ir onde haja que ir. Eu, pessoalmente. Se eu tiver que ir encontrar-me com esse rapaz (…) eu vou”, disse Nicolas Maduro.

Nicolás Maduro falava numa conferência de imprensa no palácio presidencial de Miraflores, durante a qual se referiu ao líder opositor como “uma marioneta” ao serviço dos Estados Unidos e insistiu que a Venezuela está a enfrentar e a desarticular um golpe de Estado dirigido pelos Estados Unidos e seus aliados internacionais.

Eurodeputados pedem reconhecimento de Guaidó

Um grupo de 29 eurodeputados, incluindo os portugueses Carlos Coelho e José Inácio Faria, pediram à Alta Representante da União Europeia para Política Externa para reconhecer Guaidó como “legítimo Presidente interino da Venezuela”.

Numa carta dirigida à Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, e à qual a agência Lusa teve acesso, os 29 deputados de diferentes bancadas parlamentares solicitam uma “forte e unida posição da UE” sobre a Venezuela, que “reconheça Juan Guaidó como o único e legítimo Presidente interino” do país. Isto “enquanto não forem marcadas novas eleições”, acrescentam.

A União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que “os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Guaidó, devem ser plenamente respeitados” e instando à “abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional”.

Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou na quarta-feira pleno respeito pela “vontade inequívoca” mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Maduro “compreenda que o seu tempo acabou” e apelou para a realização de “eleições livres”.

Os Estados Unidos pediram a realização no sábado de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, para abordar a situação na Venezuela.

ZAP // Lusa

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