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Inspecção culpa enfermeira em greve e médicos por morte de feto

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SXC

A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde responsabiliza uma enfermeira e três médicos pela morte de um feto, em Agosto de 2017, considerando que violaram o “dever de cuidado que lhes era exigível”.

O caso é reportado pelo jornal Público que teve acesso às conclusões da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), depois da análise a um episódio que ocorreu a 23 de Agosto de 2017, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Uma grávida de oito meses, com cerca de 20 anos, deu entrada nas urgências daquela unidade com uma infecção respiratória, alterações no fluxo urinário e com o feto mais pequeno do que devia.

A mulher ficou internada e foram-lhe prescritos vários exames, entre os quais uma cardiotocografia (CTG) que visa avaliar o bem-estar do feto. Esta CTG deveria ser feita uma vez por turno, mas na noite do segundo dia de internamento da grávida, como decorria uma greve de zelo dos enfermeiros obstetras, não foi efectuada.

Quando iniciou o seu turno, a enfermeira especialista de serviço contactou a equipa médica de urgência para saber quem efectuaria os exames prescritos, nomeadamente a CTG. O chefe da equipa médica alegou que não havia profissionais suficientes para os realizar, atribuindo “eventuais responsabilidades pelo incumprimento da não realização do exame” à “própria enfermeira”, como refere a IGAS, segundo cita o Público.

A especialista de enfermagem era a única habilitada no serviço para fazer o exame, mas optou por não o realizar.

A não realização da CTG teve “eventuais repercussões no desenvolvimento do quadro clínico da (doente)”, considera a IGAS.

O feto acabou por ser dado como morto na manhã seguinte, depois de a grávida ter tido um sangramento vaginal.

A IGAS propôs procedimentos disciplinares aos três médicos de serviço envolvidos. Já a enfermeira não foi alvo de qualquer procedimento porque deixou as funções no Hospital logo a seguir à morte do feto.

O Ministério Público também está a investigar o caso, estando constituídos cinco arguidos.

ZAP //

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3 Comments

  1. Há que lhes fazer pagar caro para que passem a perceber que não são mais do que os outros nem poderão estar acima já não digo da lei porque essa por cá funciona consoante a cara do cliente, mas acima do que deve ser exigido no mínimo a um ser humano. Sabemos que poderão ter alguma razão acerca das condições de trabalho e salários e que os governantes actuais têm enormes responsabilidades na situação que se vem criando no que respeita a vários sectores do funcionalismo público ao terem criado expectativas que havia dinheiro para tudo, acabaram por satisfazer alguns esquecendo outros agora têm a crise montada, no entanto não é razão para pôr a saúde e a vida das pessoas em causa que para mais são ainda mais vítimas tanto em salários como noutras situações do que os próprios enfermeiros ou médicos.

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