A PSP está a fazer esta manhã uma operação para deter os responsáveis pelo furto de 57 armas Glock da PSP, que resultou até agora em quatro detidos, dois deles polícias.
Os quatro suspeitos estão indiciados pelos crimes de associação criminosa, peculato e tráfico de armas.
A informação foi confirmada ao jornal Público pelo intendente Alexandre Alves Coimbra, que refere que a operação está ainda em curso e que serão dadas mais informações ao final da manhã.
A operação – denominada Ferrocianeto – decorre por todo o país, “de Vila Nova de Gaia a Albufeira”, e nela estão envolvidos cerca de 150 polícias. Estão a ser feitas 14 buscas domiciliárias e quatro buscas não domiciliárias. O intendente Alexandre Coimbra esclareceu que foram detidas três pessoas na zona da Grande Lisboa, juntando-se ao suspeito que já tinha sido detido na segunda-feira.
A polícia só deu conta do desaparecimento do lote de armas Glock de nove milímetros, guardadas numa arrecadação da Direção Nacional da PSP, quando uma dessas armas foi apreendida no Porto, em janeiro de 2017, procedendo-se então a um inventário que identificou o lote em falta.
Em março, a então ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, adiantava que as conclusões preliminares do inquérito da PSP ao furto apontavam para “erros ou falhas na área da supervisão e controlo”. Segundo a SIC Notícias, os dois polícias detidos serão os responsáveis pela supervisão da arrecadação de onde foram furtadas as armas.
Na altura em que o furto foi detetado, a PSP lançou uma operação nacional de inventário de todas as armas que estavam distribuídas pelos agentes e de todas as que estavam nos armazéns dos comandos espalhados pelo país. Cada um dos mais de 20 mil agentes foi contactado individualmente para confirmar o número de série da arma que lhe estava atribuída e para garantir que a tinha em sua posse.
Em fevereiro deste ano, um ano depois do furto, ainda não havia arguidos. Na altura, acreditava-se que as armas roubadas teriam sido vendidas através de redes de traficantes em Marrocos.
A operação está a ser apoiada pela Unidade Especial de Polícia, Comando Metropolitano do Porto e Comando Distrital de Faro e abrange os concelhos de Vila Nova de Gaia, Gondomar, Mafra, Abrantes, Alvaiázere, Sintra, Cascais, Oeiras, Lisboa, Almada e Albufeira. Até outubro deste ano foram recuperadas oito das 57 pistolas – quatro foram recuperadas em Espanha, três das quais na Andaluzia e uma Ceuta, e outras quatro em Portugal.
O inquérito que investiga o furto das pistolas é dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e está a cargo da Divisão de Investigação Criminal do Comando Metropolitano de Lisboa.
Há maus profissionais em todos os sectores, estes eram policias de dia e ladrões há noite, portanto agora o único caminho merecido será atrás das grades e expulsos das suas funções.