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Venezuela. Oposição não reconhecerá novo mandato de Maduro

Miguel Gutierrez / EPA

Nicolás Maduro

A oposição na Venezuela anunciou na segunda-feira que não reconhecerá o futuro Governo do país, cujo Presidente, Nicolás Maduro, vai tomar posse para um novo mandato a 10 de janeiro.

A decisão foi tomada no congresso da coligação Frente Ampla Venezuela Livre (FAVL), que decorreu na Universidade Central da Venezuela, e, segundo a oposição, 10 de janeiro de 2019 marcará uma transição governamental no país e o fim do atual regime.

“Nesse dia vencerá o período presidencial em vigor e desaparecerá qualquer vestígio de legitimidade de um ditador totalitário, pelo que ocorrerá uma usurpação continuada do poder presidencial”, segundo o texto de um documento do Congresso Nacional Venezuela Livre lido durante o evento.

A coligação FAVL estipulou também aquela como data para “impulsionar o protesto nacional”. “O dia 10 de janeiro deve ser usado para pressionar mais a ditadura e apresentar uma alternativa de poder, séria, aos venezuelanos. Na Venezuela não há um novo Presidente, porque não houve eleições presidenciais“, sustenta a oposição.

No congresso participaram membros da sociedade civil, representantes de vários partidos políticos opositores, grémios de trabalhadores e sindicais. A iniciativa terminou com a divulgação das conclusões de 24 congressos regionais, realizados pelo FAVL nos 24 Estados do país, e a apresentação de uma “rota” para a transição política na Venezuela.

O padre Luís Ugalde, que esteve presente no congresso, precisou que “90% dos venezuelanos pensam que hoje a Venezuela não é livre e isso tem semeado uma sensação de impotência e a resignação de que o Governo se perpetuará”. O sacerdote insistiu na necessidade de uma “união superior, com esperança de mudança, inclusiva, que reúna opositores e a dissidência chavista”.

No passado dia 20 de maio foram realizadas eleições presidenciais antecipadas, na Venezuela, nas quais o Presidente, Nicolás Maduro, foi reeleito com 67,84% dos votos, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). As eleições foram amplamente questionadas pela aliança opositora venezuelana, Mesa de Unidade Democrática, que denunciou falta de garantias eleitorais e não apresentou candidatos.

No dia 22 de maio, o CNE proclamou oficialmente Nicolás Maduro como Presidente da Venezuela para o período 2019-2025. A oposição exige a realização de novas eleições presidenciais na Venezuela.

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