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Vírus gigantes escondidos em solos florestais nos Estados Unidos

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(dr) Jeff Blanchard

Uma das parcelas aquecidas na Floresta de Harvard

Uma recente investigação da Universidade de Massachusetts-Amherst descobriu diversos vírus gigantes no solo da Harvard Forest, uma floresta nos Estados Unidos.

Na sua grande maioria, os vírus são agentes infecciosos muito pequenos, minúsculos em comparação com as bactérias e as células humanas. No entanto, os recentemente descobertos no solo da Floresta de Harvard são muito diferentes.

O objetivo principal dos investigadores era isolar bactérias diretamente do meio ambiente para entender de que forma as comunidades microbianas estão a mudar em resposta ao aquecimento do solo.

Para isso, usaram uma estratégia chamada de “mini metagenómica” para detetar células individuais no terreno. Vírus gigantes, até centenas de vezes maiores do que outros vírus, têm genomas extremamente grandes e são capturados através deste método devido à sua similaridade em tamanho com as bactérias.

No total, os cientistas descobriram mais de 2.000 células individuais e/ou partículas. No meio desta amostra, encontraram 16 novos vírus gigantes.

“O facto de termos encontrado todos estes genomas de vírus gigantes no solo foi especialmente intrigante, já que a maioria dos vírus gigantes descritos anteriormente tinha sido descoberta em habitats aquáticos”, explicou um dos autores do estudo, Frederik Schulz.

“Os dados metagenómicos gerados aqui a partir de um único local de amostragem continham muito mais genomas de novos vírus gigantes do que qualquer outro conjunto de dados que analisei até hoje”, continuou. O estudo foi recentemente publicado na revista científica Nature Communications.

(dr) Jeff Blanchard / UMass Amherst

O biólogo Jeff Blanchard recolhe amostras de solo

Esta descoberta está relacionada com experiências de longo prazo de aquecimento do solo realizados há já vários anos na floresta a cerca de 45 quilómetros do campus da universidade, onde, no solo, estão enterrados cabos de aquecimento, a cerca de 10 centímetros no chão.

Os cabos mantêm a superfície do solo 5 graus Celsius mais quente do que a temperatura ambiente, criando uma espécie de “laboratório” de alterações climáticas artificiais.

“Além de termos descoberto muitos novos vírus gigantes, também o fizemos usando um apenas uma parcela de solo”, explicou o microbiólogo Jeff Blanchard. Isto sugere que, se a equipa de investigadores fizer mais amostragens no mesmo local, esse número poderia duplicar, triplicar e até mesmo quadruplicar.

“Para mim, a parte mais intrigante e reveladora do estudo foi o alto número e diversidade de proteínas principais do capsídeo, que é uma espécie de código de barras para vírus gigantes, encontrados no solo”, adiantou.

“O sequenciamento profundo do metagenoma está a revolucionar a compreensão dos ecossistemas terrestres. Ainda assim, os nossos dados enfatizam que ainda faltam muitas peças neste puzzle”, acrescenta Tanja Woyke, cientista do Instituto de Genoma Conjunto do Departamento de Energia dos EUA.

Está provado que o aquecimento do solo proporciona condições mais favoráveis ao desenvolvimento de determinados organismos. Os investigadores pretendem agora recolher novas amostras de solo nos próximos anos e preveem que a concentração e o tamanho dos vírus aumentem ainda mais.

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1 Comment

  1. os nossos agricultores há muito que sabem que se o inverno não for frio, o solo fica com muitos mais parasitas… daqui se pode concluir que se o clima aquecer….. os microbios e bactérias também!!! Não é preciso andar na universidade

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