José Carreira, diretor executivo do Gabinete Europeu de Apoio ao Asilo, foi acusado de má conduta no cargo. O Gabinete Europeu Anti-Fraude investigava o português há vários meses.
José Carreira, diretor executivo do Gabinete Europeu de Apoio ao Asilo (GEAA), estava a ser investigado, em janeiro deste ano, pelo Gabinete Europeu Anti-Fraude por “suspeitas de conduta irregular” no cargo.
Em causa estavam irregularidades na gestão de recursos humanos, falhas na proteção de dados, denúncias de bullying e o fomento de uma “cultura de irresponsabilidade”, de acordo com o jornal Politico. Além disso, o responsável português era ainda suspeito de ter violado as regras de contratação pública de serviços.
A investigação centrava-se “no quadro de apoio da União Europeia em resposta à crise de refugiados na Grécia”. José Carreira negou todas as acusações contra si e acabou por se demitir em julho deste ano. Entretanto, a investigação levada a cabo pelo Gabinete Europeu Anti-Fraude chegou ao fim.
De acordo com o Gabinete, foram identificadas “irregularidades como o incumprimento de procedimentos de adjudicação que resultaram em gastos injustificados pelo GEAA, má gestão, abuso de poder relativamente à gestão de recursos humanos, assédio e comportamento inapropriado para com os membros do gabinete, bem como falhas na proteção de dados”.
Neste contexto, foi sugerido ao Conselho de Gestão a aplicação de uma ação disciplinar contra o diretor executivo e a outros membros do órgão.
O Conselho de Gestão do GEAA irá agora considerar as indicações que resultaram da investigação, incluindo se haverá ou não medidas a tomar contra o português José Carreira. Nos próximos dias 26 e 27 de novembro, o Gabinete Europeu de Apoio ao Asilo irá reunir-se para discutir o comunicado sobre a investigação do OLAF. Para já, o Gabinete não irá comentar nada relativo ao caso.
José Carreira disse por e-mail que “os resultados da investigação não são suportados por quaisquer factos e são maioritariamente elaborados através de opiniões”. Segundo o português, a agência fez “um trabalho extraordinário para responder ao que a União Europeia e as suas instituições pediram para fazer face à crise de refugiados”.
O responsável português acrescentou ter a certeza de que o Conselho de Gestão estará preparado para ler e analisar as conclusões de uma forma construtiva, de modo a fazer cessar as alegações”.